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PROCURO SAÍDAS

Procuro saídas  para meu coração. Ninguém conhece  suas grandes prisões,  nem onde  estão enterradas  suas partes... nunca morrem,  interrogam. Há ali um braseiro  sob as cinzas do tempo,  preservam-se  no inevitável passar... O portão que dá à rua,  preso a arames,  e o desafio dos nós,  demarca  educação e comunidade,  assim cresci. Livros abrem-se e fecham  nas brechas do cotidiano, convidam a repensar sempre,  a mesa e o mundo lá fora... Braseiro oculto dos erros,  becos dos retornos...  neles deposito  velhas ansiedades  que ainda fumegam,  espocam.  A alegre  dependência  da infância,  descobertas diárias,  semore novas. Ah...estes olhos  experientes  como doem  ao ensinar,  ao aprender, preferia a ingênua  estrada do belo,  natural,  inconsciente. Assim vou,  repartido  nesta somatória  desconexa  ...
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INSERIDO

  Estrelinhas saíam  de meus olhos,  viajavam  até encontrarem lar.  A boca  amargava  conforme  segurava  momentos,   media,  desaguava. Depois,  vinha um rio,  onde as palavras  se deleitavam,  casavam,  febris, em oceano  profundo. Construíam o planeta. A realidade  mesclava  dor e sonhos. Os pés  sobre o chão duro  tinham o impacto  de lençóis nos varais  em dias de Sol,  conectavam terra e vento,  eu no mastro. Era preciso  repor a vontade  sobre a ordem,  dar espaço  às descobertas noturnas  antes que tudo voltasse  a ser pedra e pó.  Por isso  o tempo,  a velha  maturação  curtida,  diariamente,  por fora  dos significados,  criando... Observo,  pela manhã  a superfície  do mar,  em busca  de um fino  tapete,  onde guarda  meus sonhos. Faç...

HORA EXTRA

  Aprendi com a espera  até vir a forma,  nunca vem antes  das tempestades.  O tempo foi regando  a caneta no papel.  Letra sobre letra,  ideias soltas  desejando-se. Vivem dimensões difusas,  de quartos  de fundos  e janelas  escancaradas. Não tem pressa,  provém  de um eterno  observar,  antes de mim.

RESGATE

  Prisioneiro da consciência, combato em mim milênios de segregação, e muitas vezes desconheço o amor. Pego-me seco e intratável, depois descubro umbrais intransponíveis de minha auto dominação.  Saio com um sentimento de culpa por tanta permissividade de valores de segregação,  indiferença arraigada de classe, rejeição às pessoas. É preciso não desviar o olhar e admitir a diversidade de um mundo complexo neste tempo. As estruturas sufocam muito e vou tentando resgatar minha humanidade. Difícil...muito difícil.

PASSO E COMPASSO

  Vou dar um passo,  quem sabe  te veja melhor,  mais perto. Vou dar um jeito  de olhar melhor,  quem sabe  encontre o caminho  perdido no tempo... Sei das flores  que encontrei, seu perfume  entranhou saudade,  sigo pelo olfato... Sei das pedras,  questionam o movimento,  afogam raízes,  ainda machucam... Meu dilema exaure-se  por longos períodos,  as estações o alimentam  mais e mais... Suspenso o próximo passo,  respeito o pensamento  junto ao compasso

PEQUENO..

  Hoje estou pequeno e oculto. Poucos sabem de mim. Sobra-me o tempo do esquecimento. Com ele, cultivo a descoberta da transitoriedade. Ser eu mesmo sem pertencimento algum, vive a rejeição das ideias uniformes.  Ser pequeno é uma escolha dos que não pretendem ser escolhidos. Passa por uma auto rejeição de tudo, que na verdade é nada. O mundo é uma imensa falsidade de valores a contaminar ambientes e pessoas.  Perde-se a vida por nada, nem sabem que a perdem. Viva simplesmente a palavra que reflete o olhar, e deixe correr assim. Pequeno e silencioso...

FRANCISCO VIVE

 A Páscoa do Papa Francisco calou os fascistas no mundo inteiro. Até  seus inimigos confessos fingem-se de Santos, e escondem o sangue que tem nas mãos, para reverenciá-lo. Recuam de seus ódios. Despertou os comunistas, que se viram semelhantes. Está iluminando o mundo com o ar fresco e simples da verdade. Está unindo, a contragosto de seus líderes, muitas igrejas e religiões. Enfim, Francisco mesmo morto parece ressuscitado. Está chacoalhando o mundo de uma  humanidade que estava sendo descartada. Esta força toda que o iluminou é Jesus Cristo crucificado e ressuscitado.