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Mostrando postagens de novembro, 2024

NUVENS BRANCAS

Nuvens brancas  passeiam lentas,  quase descansam  no manto azul,  parecem fotos. Convidam  à paciência,  à paz.  Não se evaporam  rapidamente  diante do Sol,  disfarçam suas fragilidades. São esperança de durabilidade.  Cientes de si,  desdenham  as avenidas congestionadas,  as mentiras  nas redes sociais. Passam isentas,  seguem  não sei para onde,  não é necessário acompanhar.  De alguma forma  desaparecem  sem que se sinta falta. Sou uma pequena  nuvenzinha a observar  tudo embaixo.  Hoje aqui,  amanhã,   sabe-se lá...

COMPOR

 Cl Onde você entra  nessa história? Entra quando  nos encontramos. Assim você  faz parte de mim,  encontro sem fim. Onde entro nessa história? Quando você me muda, e silencio  mudo. Não fazemos parte, somos um todo!

TRADUÇÃO

  Meus sentimentos não tem palavras, não se traduzem, por mais que tente explicá-los. Invadem minha lógica com desdém, fina ironia à superficialidade da grafia. Observo esta constante falta de entendimento, submersa e, fazer o quê, sigo em percurso arqueológico, decifrando o significado das coisas. Estou perdendo a lucidez? Já a perdi há tempos... não sei se vivo mais dentro, na ideia, do que fora, no real. Me confundo todo, puro engodo de mim mesmo.

SOTURNO

  Meus pensamentos despertam  muito antes de mim,  observam a linguagem da noite. Meus sentimentos sequer dormem,  passeiam livres... repensam o passado,  ora adentrando campos proibidos  controlados pelo tempo, ora recordando  arestas petrificadas,  sempre vêm à tona,  em repetidas correções, martelam... Olho-os criticamente  enquanto observam  e passeiam  no repouso. Não durmo mais... noite de mim. O tempo não perdoa os passos... Meus sonhos são raros,  trazem enigmas longínquos. Desperto,  vivo a decifrá-los

ENTREABERTO

Entreaberto,  um livro aguarda  demorada reflexão. Entreaberta,  uma reflexão  não se materializa,  sob o risco  de não conseguir  prosseguir a leitura. Caminhos de mim  deixam portas abertas que aguardam. De repente  o mundo espera  apenas uma compreensão  para seguir em frente. Mas,  quem sou eu  diante do mundo  para fazê-lo esperar? Mas,  qual o caminho,  se ainda  não está claro,  são tantos! Ando refletindo muito,  deixando o livro  aberto  aguardando

ÀS VEZES

  Às vezes  não vem palavras,  mas lágrimas... Olhos perpassam  vulneráveis fisionomias,  penetram... descobrem a verdade  além da postura, vão dentro... Às vezes  fico confuso  sobre a quem respondo,  a quem falo. Melhor deixar  oculto o oculto, submeter-me  às trivialidades.  Melhor remexer escombros escavar vidas soterradas,  não estão ali por acaso,  esperam socorro. Às vezes  palavras  são melhores  que lágrimas, curam ...

FINADOS

  Se olho, tenho mais parentes do lado de lá, que de cá. Não apertam mais a campainha, vêm me visitar. Não telefonam, nem festejam mais meu aniversário. Esconderam-se. Fui obrigado a acostumar-me com estas ausências. Que não dizer dos de minha própria casa, sangue do meu sangue? Vejo-os ainda na cozinha, nos cômodos. Falam comigo desde a partida. Se penso, ainda vejo em mim, cada um... posso contá-los. Estou aprendendo a dura lição das ausências, lição de vida para com os mortos. Estou aprendendo a ser só até partir também para fazer parte da lembrança de alguém...