Se olho,
tenho mais parentes
do lado de lá,
Não apertam
mais a campainha,
vêm me visitar.
Não telefonam,
nem festejam mais
meu aniversário.
Esconderam-se.
Fui obrigado a acostumar-me
com estas ausências.
Que não dizer
dos de minha própria casa,
sangue do meu sangue?
Vejo-os ainda
na cozinha,
nos cômodos.
Falam comigo
desde a partida.
Se penso,
ainda vejo em mim,
cada um...
posso contá-los.
Estou aprendendo
a dura lição
das ausências,
lição de vida
para com os mortos.
Estou aprendendo
a ser só
até partir também
para fazer parte
da lembrança de alguém...
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