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Dilma fez avanços nas conquistas populares?

É bom iniciar o último ano antes de novas eleições presidenciais para questionarmos até quanto o Brasil popular avançou em relação ao Brasil elitista e explorador. Porque surgirão candidatos novos, com propostas novas que terão poder de confronto forte. Aécio Neves tem consolidado sua presença na região de Minas Gerais, que deverá segui-lo nesta empreitada. Uma forte tendência ecológica de caráter primitivo também teve grande influência nas eleições passadas, com a Marina, que tem marinado sua candidatura com um purismo que alija partidos de apoio mas  a mantém incólume para novas aventuras. O próprio PSB se coloca como novo aliado mais importante, desejando alijar o PMDB desta condição. Dilma não pode abrir mão do apoio principal do PMDB sob risco de jogá-lo diretamente nas mãos do PSDB. Penso que A Copa do Mundo e As Olimpíadas colocaram um desafio de crescimento além do previsto, o que fez o governo sujeitar seu programa popular em troca de privatizações consideradas obrigatórias, para se concluir obras. Lógico que foi o empresariado quem pôs a forquilha no pescoço de Dilma, para a obrigá-la a isto.  De qualquer forma o governo petista foi levado a um desvio de rota. A mídia continua se articulando para um golpe e teve a adesão do poder judiciário nesta empreitada, envolvendo expressivos segmentos da sociedade neste apoio. O governo atacou, pela primeira vez, os bancos com suas elevadas taxas de juros, e fez concessões na cobrança de impostos para diversos setores produtivos, sem, no entanto, conseguir um crescimento satisfatório do país. Os sindicatos estão acumulando forças, e não demonstraram capacidade de força suficiente para obter maiores conquistas. Teme-se mesmo que se percam conquistas, como a unicidade sindical, entre outras, como a legislação trabalhista e os novos contratos de trabalho, mais "flexíveis". Erradicou-se a pobreza extrema, mas o país não cresce como deveria. Há uma opinião geral de que 2013 terá um crescimento maior. É preciso mais ousadia, e não sinto no governo este espírito e esta criatividade. Tudo leva a crer que seguiremos neste lusco-fusco, sem novidades. Isto poderá ser fatal e, 2014. Os partidos de esquerda, excetuando-se o PT e o PCdoB, estão literalmente fora deste jogo, isto é, contra este jogo, enchendo a lenha para o lado da oposição de direita, que é quem, no frigir dos ovos, tem condições de capitalizar o protesto. Tenho a impressão de que se instala uma social democracia reformista, abandonando os projetos transformadores, revolucionários.

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