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Morreu a Fani, uma idosa que não queria viver em asilo

Como é dura a vida dos idosos.

Os filhos esquecem-se de que receberam toda a criação deles, nos momentos onde eles tinham toda a saúde e juventude para isto.

Depois foram envelhecendo, os filhos crescendo.

Para se auto-afirmar, os filhos ficaram indisciplinados em relação a seus pais.

Os "velhos" que já não detinham a verdade, transferida aos filhos.Foram sendo colocados de lado, recebendo visitas periódicas e cada vez mais raras.

Por fim, aguçaram-se os interesses econômicos dos filhos pelo restante das posses de seus pais.

Como eles ainda viviam em seu próprio imóvel, foram considerados "sem lucidez", e condições de administrar seu rendimento, aposentadoria obtida através de muito esforço.

As pensões foram sendo passada para os filhos "gerenciarem".

Bem, não sei bem o caso de Fani. Sei que era uma mulher da igreja, católica da gema.

Não apareceu ninguém de sua comunidade da Igreja para lhe visitar. É nestas horas que se vê se são verdadeiramente cristãos ou não.

Quando foi "internada" no asilo pela filha ou filhos, não sei, Fani decidiu não se alimentar mais. Foi definhando, definhando até morrer.

Quero deixar minha singela lembrança a esta irmã, que uma vez assisti dar testemunho de vida de casal: dizia  ela que, quando brigava com o Giusepe, seu esposo, nunca se deveria deixar a divisão ir para o dia seguinte. e lembrava que à noite, os pezinhos se encontravam debaixo do lençol.

Gostava de cantar uma canção do LOUVEMOS, que é "Meu Jesus, Meus Senhor, estou aqui"

Lembro-me como se estivesse ouvindo-a agora mesmo.

Giusepe já se foi.

Sobre ele escrevi "O Moribundo do Taboão".

Quando os nossos velhinhos serão respeitados? Quando.

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