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ESQUECIDO

  O amanhã  não aguarda o hoje,   esquecido do ontem. Caminho como quem  não se sabe  e segue ermo. O que guardarei  de mim,  de você,   de nós? O que sei de mim,  que permanece? Um dia após outro  se esvai desatento... Já fui neto,  já fui filho,  sou pai e avô.  Hoje,  uma somatória de tempos,  apesar da idade, traz este esquecimento  tão usual e constante. Oh, condição humana,  lembrar-me-ei de Deus  quando me for  para o maior  esquecimento de todos?  Ou despertarei atento a tudo? Lembrar-me-á a eternidade  deste frágil adormecer constante?

PREOCUPADO

  Onde está a chave? Quando abriu portas? Preocupa  o aposento assento  sento,  sem rua,  nua,  encarcerado  crescente. Preocupa  a paz  atrás  do espectro,  circunspecto  Não amar dói. Como consegue  ser tão duro? Como segue imune a si desprezo  que preza. Preocupam-me as rua perdidas  nunca encontradas; não endireitam, monolíticas, estreitos becos.  Não possuem  oceanos profundos,  furacões,  tsunamis. Remam,  observam o passado, não aportam. Preocupa ver seguir  como se tudo  fosse um nada.

PRISAO DO AMOR

  Tenho um amor prisioneiro de mim, incapaz de libertar-se. Tenho um amor prisioneiro das circunstâncias, não há  o que exista, seja feito que  o desnude. Já não  o reconheço mais, sequer identifico sua existência, tão profundas as entranhas que o prendem.  Está ali  à espera de uma declaração de incapacidade, redescoberta de si, que não vem. Passam-se os dias... Tenho um coração  incapaz de libertar-se por si mesmo,  carente, coração de rua, perdido no tudo, insatisfeito do mundo.  Amor que clama por amor maior.

HORÁRIO INTERIOR

  As manhãs trazem o frescor da renovação, podemos voltar a acreditar na vida, tudo tem solução. Nossas tardes já se esforçam por vencer, degrau que posso alcançar com esforço. Já a noite se despede de tudo, faz o balanço inevitável, apela a Deus... Convivo tempos que se imiscuem em mim, produzindo história, cada dia diferente, enquanto caminho... Todas as reações: 5 Vanderli Tiberio, Fah Fre Yah e outras 3 pessoas

ANO VELHO/ANO NOVO?

  Viver é o principal... atravessamos um ano Alcançamos a dobra de um tempo, que não pergunta, não responde, continua imperturbável. O que farei amanhã descortina um caminho. Quem sou é o que faço. Não me defino, por desconhecimento. A ação me define, a palavra me definha. Vou como quem se descobre amplo, com todas as possibilidades em aberto e sorrio com o desafio.

RECOMENDAÇÕES PARA O ANO NOVO

  Vou me guardar um pouco nesta passagem de ano. Respeitar o tempo que se acumulou em mim, e se esvai assim que vem. Guardar-me dos sonhos impossíveis, eu que sonho tanto, para não decepcionar-me, mas sem destruí-los... são os mais verdadeiros. Guardar-me da frigidez, e seja eu sempre meio imperfeito meio excitado, de quando em vez. Guardar-me dos meus limites constantes ondas batendo em arrecifes, rochas de fé e conhecimento. Guardar-me do passado, permanentemente refeito em descobertas presentes; e do futuro, esquecido no agora. Guardar-me do desamor, tão fácil e corriqueiro, na busca do amor, tão difícil, crítico de mim. Ah...o ano que se vai, que vá logo, fique para trás, porque vejo e ainda busco vida escondida nos olhos, nos livros, na caneta, papel...