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Estive lá, nesta batalha. Já naquele tempo existiam os que eram contra as liberdades democráticas, como hoje, contra os Embargos Infringentes

19 DE SETEMBRO DE 2013 - 17H59 

Após 45 anos, USP lembra a batalha da rua Maria Antônia


O Teatro da Universidade de São Paulo (USP) realiza, de 1 a 9 de outubro, o evento “Rua Maria Antonia – 45 anos da Batalha”. A programação é gratuita e compreende a exibição do documentário “A Batalha da Maria Antônia”, de Renato Tapajós, e seis apresentações do espetáculo “Arqueologias do Presente: Batalha da Maria Antônia”, do grupo OPOVOEMPÉ. 


Batalha da Maria Antonia

Além disso, haverá uma palestra com a psicanalista e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP Irene Cardoso, com mediação da dramaturga e diretora teatral Cristiane Zuan Esteves.

O evento ocorre após 45 anos a batalha que deixou como saldo um morto, o estudante secundarista José Guimarães, dezenas de feridos e um incêndio que destruiu o prédio da USP.

O filme “A Batalha da Maria Antônia” mostra o confronto que houve entre estudantes da FFLCH e do Mackenzie. A duração é de 76 minutos e a classificação etária é para maiores de 10 anos.

Já no espetáculo “Arqueologias do Presente: A Batalha da Maria Antônia”, o público é convidado a compartilhar memórias, negociar significados, realizar acordos e refletir sobre a construção de formas de democracia em um salão de jogos. Segue-se uma exploração guiada pelo prédio da Maria Antonia, sede da antiga Faculdade de Filosofia da USP, importante pólo de resistência ao regime militar, esvaziada em 1968 como parte do projeto de repressão. Entre o documental, o lúdico, o possível e o sonho, o trabalho busca abrir brechas nas lógicas habituais entre história, presente e utopia. A duração é de 80 minutos a classificação é para maiores de 12 anos.

A batalha


No dia 3 de outubro de 1968, ocorreu o confronto entre os alunos da Faculdade de Filosofia da USP e os estudantes do Mackenzie, que ficou conhecido como a Batalha da Maria Antonia. O nome faz referência à rua onde estavam localizadas as duas universidades, vizinhas à época, no centro de São Paulo.

O conflito começou após alunos do Mackenzie atirarem ovos em estudantes da USP, que cobravam pedágio na rua Maria Antonia a fim de custear o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), naquela época extinta pelo regime militar.

Em meio à ditadura, os estudantes da Faculdade de Filosofia da USP defendiam ideais de esquerda e os da Mackenzie estavam alinhados a ideais conservadores defendidos por integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Também estudavam no Mackenzie integrantes da Frente Anticomunista (FAC) e do Movimento Anticomunista (MAC).

O resultado foi a morte do estudante secundarista José Carlos Guimarães, aos 20 anos de idade, com um tiro na cabeça, outros três universitários baleados e dezenas de feridos.

Apesar da morte, a batalha prosseguiu até que o prédio da USP foi incendiado, ocasionando a transferência da faculdade para o atual campus, no Butantã. Hoje, o edifício restaurado abriga o espaço cultural Centro Universitário Maria Antônia.

Confira a programação completa do evento “Rua Maria Antonia – 45 anos da Batalha”:

01.10 – terça-feira

20h | Palestra com Irene Cardoso, mediação Cristiane Zuan Esteves.

02.10 – quarta-feira

19h | Filme: A Batalha da Maria Antônia, de Renato Tapajós. Após exibição haverá debate com o diretor.

Espetáculo: Arqueologias do Presente: A Batalha da Maria Antônia, grupo OPOVOEMPÉ.

De 04 a 09.10 – Sexta e Sábado, 21h | Domingo, 19h | Segunda à Quarta, 21h

Tel.: 11 3123-5233 | www.usp.br/tusp | www.facebook.com/teatrodauspoficial

A distribuição dos ingressos para eventos gratuitos no TUSP é realizada uma hora antes do início.

O estacionamento Mariauto, no número 176, tem acordo com o teatro e o público tem desconto mediante apresentação de carimbo (do TUSP) no comprovante de entrada. 

Fonte: Brasil de Fato

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