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Hoje visitei a Dalva

Pode ser que este seja um nome conhecido por você, pode ser que não.

Para mim, nem tanto.

Tenho uma tia, que não vejo há anos, pois mora em Uberaba, com este nome.

O fato é que entrei num quarto da Ortopedia do HC e eis ela estava ali, deitada.

A TV com o som nas alturas tocava "É preciso saber viver". Muito apropriado para aquele momento.

Vi seu nome escrito na cabeceira da cama, para identificação do paciente. Protocolos hospitalares.

Ficou muito alegre por me ver entrar dançando em seu quarto.

Identifiquei-me pelo nome e de  minha atividade de Pastoral da Saúde ali.

Perguntei se os seus parentes vieram visitar-lhe.

Disse que sim, mas justificou muito porque estavam ausentes naquele momento.

Bem, para encurtar a conversa: ela está hospitalizada há 1 ano.

Disse-me que está difícil suportar esta condição, que trabalhou até os 69 anos, e que agora a angústia é de estar parada sem fazer nada.

Pensei, porque não desenvolvem atividades possíveis de serem realizadas com estas mulheres que estão prisioneiras nas camas?

Conversamos um pouco e logo despedi-me.

O único que pode permanecer com ela é Deus. Roguemos a Ele por ela.

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