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Por trás do Sol.

O tempo 
segue, 
escoa.

Os cabelos 
embranquecem,
 caem.

As juntas
 resistem,
 rangem.

A realidade
 suscita, 
 jovial.

O Sol 
 consciente,
cega.

O livro 
pergunta,
responde.

A mente 
rumina,
absorve...

Nada disto
é isto,
ou aquilo.

E tudo isto
é nada,
e tudo.

Se desperto,
sonho.

Se adormeço,
escuro
 real.

Digito o lápis,
sulco o teclado
da Rede,
sonâmbulo
baile
da verdade

Nada descubro!

Sou descoberto!

João Paulo Naves Fernandes
20/08/2019

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