Pular para o conteúdo principal

O fim do Nasserismo no Oriente Médio

Todos estes ditadores do Oriente Médio que emergiram com movimentos emancipacionistas, à partir das décadas de 50 e 60, em defesa dos interesses nacionais, com apoio popular, e com base nas Forças Armadas de seus países, estão em agonia.

Nasser, Kadafi, e outros foram bastiões da defesa dos seus povos, mas desgastaram-se, burocratizaram-se, corromperam-se.

Não resolveram as questões principais de seus países. Foi uma espécie de militarismo de esquerda, sem raízes populares, com algum caráter Robinhoodiano, de defensor dos fraco e oprimidos. Com o tempo foram degradando-se.

A miséria, o desemprego e ausência de serviços básicos de qualidade cresceram, combinando-se com o usufruto das riquezas adquiridas com a venda de petróleo pelas elites palacianas.

Apenas estas elites do poder usufruíram nestas décadas.

Agora uma onda varre o Oriente Médio em busca de abertura política, liberdades democráticas.

Põe em xeque os próprios movimentos fundamentalistas, que à princípio davam a impressão de aglutinarem esta insatisfação.

Os EUA e a Europa saem desgastados por terem referendado durante décadas a pobreza e a repressão aos povos da região.

Mubarak tem os dias contados, mas a redemocratização do Egito é uma incógnita.

Não há projeto nacional, mas forte exclusão.

O país precisará se repensar em outros parâmetros.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod