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A Palavra e o Gesto

Às vezes eu fico abismado com a distância entre o que as pessoas dizem e o que fazem. É realmente abismal!

Como falam palavras boas!

Como são bons, ao falarem!

À distância, parecem anjos de luz, mas bastam alguns momentos juntos, alguns poucos dias de convivência, para mostrarem as garras, a sua ferocidade, sua arrogância, sua besta fera.

Não é atoa que São Paulo ao se referir ao demônio diz este apresentar-se muitas vezes revestido como um Anjo de Luz. Afinal, o demônio deve lembra-se do tempo em que era um Anjo de Deus, e para obter o seu intento busca utilizar-se do expediente de ser bom para fazer sua malignidade, provocações, desavenças, intrigas, discórdias de todo tipo.

Para estas pessoas devemos orar constantemente, para que se libertem do domínio que o diabo lhes impõem e que gratuitamente aceitam, já meio divididos entre suas ambições desregradas e o auxílio do inimigo.

A pior destas situações é a de encontrar-se pessoas que professam a fé cristã, sejam católicos sejam protestantes ou os chamados "evangélicos", da boca para fora, mas renegarem a mesma fé na vida prática.

Não sabem ser bons. Não sabem ser solidários. Não amam as pessoas.

Cristãs, vejam só, mas cheias de diabinhos.




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