"Manhã de sol no meu Brasil! O sol é ouro, puro anil! E a luz que se espalhou, pela imensidão, iluminou também meu coração!"
Este é um hino eu cantava quando fazia o antigo primário, no Grupo Escolar Canuto Duval, na Barra Funda.
Minha mãe era professora por lá, e pela pouca lembrança que tenho, meu pai nos levava de carro, um Austin, inglês.
Ele um Juíz de Direito em São Paulo, com mais da metade de sua carreira percorrida, peregrinando por pequenos municípios, num dos quais nasci (José Bonifácio), até chegar a São Paulo.
Como o dia claro, e o anúncio do sol já são suficientes para me trazer à tona todas estas lembranças.
Deu até para buscar pão de bicicleta, na vendinha da Léia, uma senhora católica da comunidade de Santo Antônio do Caxingui.
Ela manda trazer o pão, não faz. Não importa, o principal é estar mais perto.
Peguei 6 pães, paguei, e ela disse-me: Minha cabeça "está tinindo"
Respondi-lhe: Que bom! A senhora está muito bem.
- Não é de bom não, meu filho! Eu estou é com uma baita dor de cabeça - retrucou. Mas vai melhorar!
A TV estava com uma programação religiosa da Canção Nova, apresentando o Terço. Iaginei que ela pedira a Deus o alívio daquela dor, e retruquei:
- Se Deus quiser!
O católico geralmente evita de sair retirando a dor "em nome de Jesus", mas confidencia sua dor com Ele.
Antes de mim tinha um senhor pegando os pães. Imaginei que, pelo silêncio, ele não deveria ser católico, mas foi muito educado com ela, no caixa.
Bem, mudando o assunto, ontem fui tocar numa missa de ação de graças pelo encerramento das atividade do ano, de um grupo de oração de senhoras do Morumbi.
Todos lembraram-se daqueles que faleceram no ano, particularmente de Dona Natália, católica destemida.
Ela doara o terreno da primeira paróquia da região do Portal do Morumbi, onde hoje está erguida a Capela da Imaculada Conceição.
Outras pessoas do grupo estão doentes, com câncer e outras enfermidades.
Nenhuma, entretanto reclamou de suas condições físicas, mas agradeceram por tudo a Deus (o que foi bom e o que também não foi bom) e à intercessão de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira escolhida pelo grupo.
Percebemos que aquele grupo envelhecera, e vimos nisto um sinal do acompanhamento de Deus em todas as fases de suas vidas.
Meg e eu nos vimos também dentro deste processo de envelhecimento.
Um dia também a morte nos colherá, com a tantos, por todos estes séculos. Deus sabe o que faz.
O padre que celebrou a Missa era um senhor de idade, que por lá o chamam de Padre José.
Mas sei que ele é muito conhecido por padre Bortolini.
Ao encontrá-lo, disse que tinha assistido a grande maioria de seus programas na Rede Vida, programas de reflexão bíblica.
Respondeu-me que teve o programa por uns 8 anos.
Nunca lhe pagaram nada, lembrou-me, trabalhou de graça.
Senti uma ponta de tristeza pela falta de reconhecimento para com este importante biblista.
Basta abrir a Bíblia de Jerusalém, por exemplo, e logo encontraremos o seu nome citado como Coordenador Editorial.
A Missa que ele celebrou foi uma pintura, de tão Santa.
Apenas dois exemplos de sua presença: disse às senhoras que, devido a idade elas não precisavam ajoelhar-se, mas como nos lembra Isaías, que o mais importante era o coração dobrar-se.
Muito interessante também foi ele identificá-las como o grupo de "jovens evangelizadoras".
Por fim, admirou-se de como aquelas mulheres souberam manter a sua fé por todos estes anos , e lamentou a ausência dos maridos e outros homens que poderiam estar ali presentes.
Viram quanta história tive de ontem para hoje?
Comentários
Postar um comentário