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À procura da vida



Caminhar por caminhar?
Usufruir?
Descobrir?
Questionar?
Comer?
Beber?
Satisfazer o prazer?
Mudar as estruturas?
Organizar o povo?

Quem sabe amar!
Sim, amar...

Onde estão as razões
e as consequências?

Porque um beijo
supera tantos ritos?

Onde estamos
quando a vida
dos outros
desaba?

Trabalhar?
Guardar riquezas?
Tornar-se importante
em seu meio?

Como é vulgar...

Superar as dificuldades 
constantes
alegremente,
como
se não fossem
contigo?

Quem sabe...

O misterioso mergulho
no infinito
de Deus,
 em descobertas
subjetivas,
inexplicáveis?

Acende uma chama
nova,
desconhecida
de tudo,
plausível.

Desejo
que nunca se realiza
totalmente,
senão
na morte,

Com sorte...

Agora,
misture 
tudo
em um coração,
uma mente,
 e deixe
pulsar.
.
Agora,
 não há lógica
para este
enigma,
pêndulo
instável
que varia
do nada
ao absoluto.

Agora
o tudo
está
em suspensão
sobre
um nada.

Danado...

Continuarei a respirar,
a bradar a verdade
decantada da vida
aprendida com outros
anteriores
em crer,
interior
que chama
e chama.

Mal escuto
pouco respondo.

Desejo
um deserto
na cidade
onde possa
preservar-me
das grandes
rotas
grandes
colisões.

Desejo
um mar urbano
sem tubarões
predadores,
apenas peixinhos
ornamentais

Desejo
superar
a fome
que me acossa
diariamente
só para
manter o egoísmo.

Desejo e não desejo
Sou e não sou
Canto e recito
Calo e silencio.





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