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TEOLOGIA APOFÁTICA


"Ascendendo cada vez mais alto, sustentamos que Ele [Deus] não é nem alma, nem intelecto; nem possui Ele imaginação, opinião, razão ou entendimento; nem pode Ele ser expresso ou concebido, pois Ele não é nem número, nem ordem; nem grandeza, nem pequeneza, nem igualdade, nem desigualdade; nem similaridade, nem dissimilaridade; nem possui Ele poder, nem é Ele poder, nem luz; nem vive Ele, nem é Ele vida; nem é Ele essência, nem eternidade, nem tempo; nem está Ele sujeito a contato inteligível; nem é Ele ciência, ou verdade, ou realeza, ou sabedoria; nem um, nem unicidade; nem divindade, nem bondade; nem é Ele espírito, segundo nosso entendimento, nem filiação, nem paternidade; nem nada conhecido a nós ou a qualquer outro ser, nem das coisas que existem ou das coisas que não existem; nem nada que existe O conhece como Ele é; nem conhece Ele as coisas que existem segundo o conhecimento existente; nem a razão O alcança, nem O nomeia, nem O conhece; nem é Ele trevas, nem luz, nem falso, nem verdadeiro; nenhuma afirmação ou negação pode a Ele ser aplicada, pois embora afirmemos ou neguemos as coisas que Lhe estão abaixo, não podemos afirmá-Lo ou negá-Lo, na medida em que a Causa única e oniperfeita de todas as coisas transcende toda afirmação, e a simples preeminência de Sua natureza absoluta está fora de qualquer negação -- livre de toda e qualquer limitação e para além de todas elas".

São Dionísio, o Areopagita

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Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod