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Sacerdote jesuíta holandês morre baleado na cidade síria de Homs


Frans van der Lugt, que vivia há décadas na região, segundo ONG.
Ele optou por ficar na cidade mesmo após acordo para saída de civi
s.

Da France Presse
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Um homem matou a tiros nesta segunda-feira (7) um sacerdote jesuíta holandês, Frans van der Lugt, que vivia há décadas na cidade de Homs, no centro da Síria, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
O sacerdote, de 75 anos, havia decidido permanecer na parte antiga de Homs, sitiada e bombardeada pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad.
O sacerdote jesuíta holandês Frans van der Lugt que vivia há décadas na cidade de Homs, em foto de 2 de fevereiro. Ele foi morto a tiros (Foto: Mohammed Abu Hamza/AFP)O sacerdote jesuíta holandês Frans van der Lugt que vivia há décadas na cidade de Homs, em foto de 2 de fevereiro. Ele foi morto a tiros (Foto: Mohammed Abu Hamza/AFP)
O OSDH, uma ONG que se informa através de uma ampla rede de militantes, não pôde informar o motivo do assassinato deste sacerdote.
O Vaticano confirmou a morte de Lugt, considerado um "homem de paz". "O padre Van der Lugt foi assassinado nesta manhã em Homs", declarou à AFP o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
"Segundo o testemunho de seus confrades, foi levado por homens armados que o espancaram e mataram com dois tiros na cabeça", declarou à AFP Lombardi.
"Assim morreu um homem de paz que, com uma grande valentia, em uma situação extremamente arriscada e difícil, quis continuar sendo fiel ao povo sírio, a quem deu há muito tempo sua vida e sua ajuda espiritual", acrescentou Lombardi.
"Onde o povo morre, morrem também com ele os fiéis pastores", acrescentou o porta-voz jesuíta do Papa Francisco.
"Neste momento de grande dor, expressamos nosso grande orgulho e gratidão de ter tido um irmão tão próximo dos que sofriam mais, no testemunho do amor de Jesus até o fim", disse Lombardi.
Há décadas na Síria
Van der Lugt estava instalado na Síria desde 1966.
"O povo sírio me deu muito, muita amabilidade, muita inspiração e tudo o que possuo. Agora que sofre devo compartilhar sua pena e suas dificuldades", explicou à AFP em fevereiro através da internet.
"Sou o único sacerdote e o único estrangeiro que resta. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim um árabe entre os árabes", declarou sorridente.
"Temos muito pouca comida. As pessoas nas ruas têm o rosto cansado e amarelo (...) Há fome, mas o povo também tem sede de uma vida normal. O ser humano não é apenas estômago, também tem coração, e as pessoas precisam ver seus familiares", explicou.
Poucos dias depois, 1.400 pessoas puderam ser retiradas da parte antiga de homs em virtude de um acordo entre o regime e os rebeldes negociado pela ONU, mas este homem de olhos vivos optou mais uma vez por ficar.

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