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Sexta-feira, a pressão está no limite

Nos escritórios as conversas assumem um aspecto mais alegre e descontraído.

O trânsito está corrido e engarrafado, com pouca paciência.

Será difícil chegar ou voltar de algum lugar.

Amantes estarão marcando seus encontros, cheios de beijos e abraços saudosos.

A ansiedade toma conta do presente, apressando o futuro, que não chega.

A morte é esquecida, ignorada, inexistente.

Há um colorido novo no sol do dia, perceptível.

Um odor exala de um cio semanal, despertando a humanidade, esquecida de si.

Não há espera, sentença, trajeto, mas encontros, pontos finais.

Tudo o que se quer é saciar-se do método, da regra, da prontidão.

Tudo o que se busca é largar-se a si mesmo, incompreendido, na multidão que corre sem fim.


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