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Os Salafitas, que perseguem os cristãos coptas do Egito, consideram o Hamas da faixa de Gaza conservadores


Dentre as várias correntes islâmicas há vários grupos de origem sunita, chamados de Salafitas.

Mataram em abril um pacifista italiano, Vittorio Arrigoni, que vivia na Faixa de Gaza há alguns anos, e apoiava o fim do isolamento econômico e político dos palestinos.

Exigiam que o Hamas soltassem um de seus líderes em troca da vida de Vittorio.

Deram um prazo para o Hamas responder, mas estrangularam o pacifista antes do período expirar.

Foram recebidos pelo Hamas inicialmente, quando o Hamas tomou da Fatah a faixa de Gaza, mas logo se insurgiram contra, por considerarem o Hamas muito pacifista com Israel.

Possuem três tendências religosas, todas com características militares, e aliados da Al Qaeda, de Bin Laden.

Atuam com política de grupos armados, do tipo terrorista, sem ação de massas, embora possuam muitos adeptos pelos países árabes na região.

São acusados pelo atentado em Casa Blanca no início da década em 2003, queimam Igrejas Coptas no Egito, e estão provavelmente por trás dos atentados no Iraque, que está agora sob controle Xiita, como o Irã, por conta da invasão norteamericana.


Veja matéria que recolhi sobre este segmento religioso, de Wálter Maierovitch



Em 14 de abril, ocorreu na Faixa de Gaza o sequestro seguido de morte do pacifista, jornalista e operador humanitário Vittorio Arrigoni, de 36 anos. Ele fixou residência em Gaza no fim de 2008, após ser contratado pelo jornal italiano Il Manifesto para produzir matérias sobre a vida no enclave que está sob governo do Hamas desde 2004. Paralelamente, Arrigoni prestava colaboração à ONG International Solidarity Movement (IMS), cuja meta é acabar com o bloqueio imposto por Israel a Gaza.

Poucos dias depois da sua chegada em Gaza, o pacifista Arrigoni assistiu, em 27 de dezembro de 2008, ao início da operação Chumbo Quente, caracterizada pela desproporcional e excessiva reação de Israel em face de ataques com foguetes de fabricação caseira lançados por palestinos. Ao final dos seus textos, o autor deixava uma mensagem: “Devemos continuar humanos”.

Essa sua frase virou título do livro, publicado em 2010, que reuniu suas reportagens e testemunhos. A mensagem, no entanto, acabou sendo desconsiderada pelos seus algozes, membros de uma célula de inspiração salafita. Para Ismail Haniyeh, líder do Hamas e governador do enclave, trata-se apenas de “um bando de degenerados foras da lei”.

Arrigoni, sequestrado para ser usado como moeda de troca, restou estrangulado com fio metálico. Antes do término do prazo de 30 horas dado ao Hamas para soltar o xeque Abu Walid al-Maqdisi, estrategista alqaedista preso em março. O ultimato foi dado em vídeo divulgado pelo YouTube.

Seus carrascos o consideravam um “inimigo por portar vícios ocidentais”. Em verdade, procuravam o Hamas, porque consideravam Arrigoni alguém da linha auxiliar. Toda manhã ele servia de escudo humano aos pescadores que furavam o bloqueio ao ultrapassar a linha permitida à navegação.

Um grupo de salafitas terroristas, intitulado Brigada Mohammed Bin Moslama, assumiu a autoria do assassinato. Para especialistas, o radicalismo salafita nasce por volta de 1970 e é sentido na Argélia com a atuação, nos anos 90, do grupo Salafita para a Predicação e o Combate.

A morte de Arrigoni serviu para mostrar um cenário oculto da Faixa de Gaza. Ao contrário do imaginado e propalado, o Hamas não reina soberano em Gaza. Desde a expulsão das forças do Fatah e a tomada do território, as lideranças do Hamas permitiram, a título de expansão do islamismo, o ingresso de células salafitas. Não levou muito tempo para os salafitas se tornarem oposição ao Hamas. Para os salafitas, o Hamas não é mais um movimento religioso e ideológico. O grupo é apenas um punhado de nacionalistas sem capacidade de implantar a sharia e impor valores fundamentais. Por exemplo, não são lapidadas as adúlteras ou fechados os salões de beleza para as mulheres.

O primeiro conflito sangrento entre salafitas e o Hamas ocorreu em 2009, na mesquita de Rafah. O embate resultou em 25 mortes. As células salafitas de Gaza pregam a violência e algumas se uniram para obter recursos financeiros junto à criminalidade organizada. Tudo se mostra válido para a implantação da ummah, ou melhor, uma única comunidade muçulmana.


Para se ter ideia, a Jund Ansar Allah (Soldados de Alá) fatura com o contrabando e a venda de víveres que ingressam por túneis clandestinos no sul de Gaza. O líder desse grupo salafita, Abdul Latif Moussa, foi morto pelo Hamas em agosto de 2009, mas isso não abalou sua estrutura e vínculos com a criminalidade.

Por perseguir o mesmo objetivo de constituição de um califado, a maioria das células salafitas da Faixa de Gaza está ligada à rede dos alqaedistas de Bin Laden. No fundo, os grupos salafitas passaram a concorrer com o Hamas nos planos religioso e político. E os salafitas irritaram-se quando o Hamas se acomodou ante um cessar-fogo com Israel. Os três grupos salafitas principais são conhecidos em Gaza por: 1. Jund Ansar Allah (os soldados de Alá), 2. Jaish al-Islam (o Exército do Islã) e 3. Jaish al-Umma (Exército da Nação).

As inúmeras microcélulas salafitas espalhadas por Gaza baseiam-se na escola islâmica Salafiya, de ramo islâmico sunita, estribada num modelo de virtude religiosa para todos. O termo salafita provém do árabe salaf al salihin, que quer dizer “os mais antigos”, numa referência aos séculos VII e VIII.

Nenhuma das três principais células salafitas de Gaza assumiu responsabilidade pela morte de Arrigoni. Para o Hamas, os responsáveis fazem parte de uma “célula desgovernada adepta de um jogo que só interessa aos sionistas” (Israel). Além da crise econômica que se agrava, o Hamas sente o perigo salafita, cujos grupos doutrinaram centenas de jovens e abriram diversas mesquitas. Esses jovens salafitas sonham com a aplicação enérgica da sharia, com o nascimento de um califado e, a curto prazo, com o fim do governo do Hamas, dado como moralmente fraco.

O radicalismo islâmico dos Salafitas parece andar junto aos interesses israelenses.

Aparentemente opostos, praticam atos parecidos.

Nós conhecemos também esta história por aqui.

Os falso radicalismo,que serve aos poderosos, mais do que se opõe.

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