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RITA PAVONE DATEMI UN MARTELLO 64



Lembrando um pouco de minha juventude, onde tudo era quente, com bastante criatividade, e cheio de vida. Havia uma mistura de Chico Buarque, Geraldo Vandré e Rita Pavone. Para todos os gostos. Havia uma grande disputa ideológica no setor cultural, que continua até hoje, sob novas formas. Em plena martelada do Golpe 1964, Datemi un Martello expressa em parte a busca de emancipação feminina, seja pela forma corporal e vocal de Rita Pavone, seja pela letra que mostra o desejo de usar o poder, um martelo, para defender o seu sentimento. Nem percebíamos isto, na época. Havia sim, uma ambiguidade na juventude, entre vibrar com as canções mais políticas, ou deliciar-se com Rita Pavone, Roberto Carlos, Caetano, e outros, pensando que estava tudo bem. Não é novidade nenhuma saber quem permaneceu e quem acabou. A roda da História, entretanto, continua a girar, e certamente aí pela frente virão mais novidades

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UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

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Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod