Fiz das palavras
minha infância,
fazendo-as correr
pulando dimensões,
jogando versos soltos
em busca de concordâncias.
Elas preservam
a verdade
guardada pelo tempo,
despertas das preocupações
ressuscitam os mortos
das pesadas estruturas
(amontoam-se na idade),
buscam espaços perdidos
deslizam em sonhos
até hoje.
Dentro de mim
há uma criança
sentada,
brincando com letras,
quebra cabeça
de palavras
desconhecidas
gerando poemas.
Esta criança
não para de brincar,
não gosta
que a tirem
de sua transcendente
concentração.
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