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Mostrando postagens de novembro, 2023

PALAVRAS VOLÁTEIS

  Pensamentos passam perdem-se... Esvoaçam inseguros, pousam em bocas, escondem-se em ouvidos, giram giram. Dormem sonham, ao final desaparecem. Palavras apalpam o ar seguem voláteis de raízes esquecidas altitudes inalcançáveis.   Vou dizer que... Ah.. já se foi.

RELAXAR

  Hoje é dia de descansar. Não tem uma data definida muito menos uma idade. Há sim um excesso de cobranças permanente, ocupações múltiplas invadem a natureza da vida, subvertendo-a com todo tipo de pressões. Tempo de extrair o último suor, exigir posturas, visões, criatividade, competitividade, organização, liderança, decisão. Até a personalidade passa pela régua da análise, adaptando-a à melhor produtividade. Hoje é dia de relaxar, espreguiçar, deitar, distrair, deleitar, reencontrar aquele eu apagado no emaranhado da sobrevivência. Ah...como é bom descansar de tudo, buscar fundo, sem querer, descobrir o perdido.

AGUARDANDO

  Estou aguardando  uma palavra.  Está na ante sala  do grande aposento. Está por ser dita. Espera  disponibilidade,  atenção.  Está em maturação,  para provocar  o efeito desejado  de refletir. Depois, quem sabe? Voa ao infinito? Abraça árvores? Bebe  das fontes  límpidas   onde  ninfas,   faunos,  pequenos duendes se refestelam? Palavras aguardam... Quando poderão repousar ?

GESTANDO

  Ainda não nasci. Continuo  no ventre  de minha mãe.  Ela morreu...  há muito tempo...  mas continuo  ainda lá em seu ventre.  Ainda não dei  meu grito fetal,  está suspenso   pernas fechadas gozos comedidos. Ainda  não rompi  o lacre  o cordão  umbilical  intrauterino. Ainda  não cheguei  ao mundo, não chutei dei sinal de sair!  Permaneço  num repouso  eterno  sem saber  o que é viver  em mim. Ainda não terminei  de ser fecundado  nas noites,  cobertas  escondidas.  Ainda  não tomei café experimentei  amargo. Ainda não me  escolheram  um nome. Ainda não sou eu.

CELEBRAR A VIDA

  O mundo  pode ser  melhor. Não se trata  de combater  os que dominam,  mas fazer o bem. Uma questão  complexa  com solução  simples. Inicia-se imersão crítica,  revolução interior,  compreensão,  transformação  ao redor. Não é suficiente  descobrir... é preciso  descobrir junto. Não se coadunam  grandes pensamentos,  ausência de atitudes... Mundo  de compreensão,  tolerância,   solidariedade,  e ação,  muita ação.  Um segredo místico  permeia a existência. Concorre  para os ajustes  assentarem-se  em boa medida,  convida a reflexão.  Um dia  depois do outro  pesca palavras  pessoas,  nem sempre fáceis  de se achar,  despertando-as,   desalojando-as  das insuficiências.  Não precisamos  dos maus,  repousam  em suas maldades, raramente refletem, estão presos  ao ódio. O partido da vida  é o coração, busca integral

AGUARDANDO

  Estou aguardando  uma palavra.  Ela está  na ante sala  do grande aposento. Está por ser dita. Espera  disponibilidade,  atenção.  Está em maturação,  para provocar  o efeito desejado  de refletir. Depois, quem sabe? Voa ao infinito? Abraça árvores? Bebe  das fontes  límpidas   onde  ninfas,   faunos,  pequenos duendes se refestelam? Palavras aguardam... Quando poderão repousar ?

TRANSITÓRIO

  A lágrima  a solidão  o silêncio.  O medo  confunde -se  com as horas, aguarda... O tempo  se extingue, Inexorável.  O quarto a escuridão  o pensamento Diante do futuro antevê  o fim. Um calafrio perpassa a epiderme  semi desperta. Fugaz  condição humana, onde beijos  despedem-se  de bocas,  alojam-se  na memória.  Todos dormem... Só o coração  mantém-se  desperto, apreensivo. O interior  o pensamento, a márgem do grande rio. Haverá tempo para preparar  festas? A dor a pedra a despedida.

DOBRAS DA NOITE

  Venho  de sonhos  noturnos  não realizados,  assaltando  o presente. Levanto... Busco  o oratório... Uma multidão  de dores  aguarda  esquecida  oração. Nomes e povos  desfilam  sofrimentos Seguro o terço  nas mãos balbucio  as contas...   Um mantra  dirige-me  para encontros  impossíveis. Povoam todos  os lados Uma primeira  camada  de pensamentos, ordeira, reza,  intercede,  atua.  Outra camada  sobrepõe-se: passeia  vagueia  trata Deus como amigo  num diálogo   fraterno  entremeado  de longínquas  lembranças,  desaparecidas. Uma terceira  vem do alto,  desperta  a epiderme, multivariada, conforme  o assunto.  Traz convites  prontos  a todos os atores ,  comando geral  a determinar  caminhos  identificados  nas entrelinhas,  às apalpadelas.  Fornece  a devida sabedoria  no tempo certo.   Assim aproximo o sentido da vida  à  realidade. Amanhece.

CONVITE

Todo acontecimento  traz um convite  escondido,  retrato  do momento.  São  núpcias  festas grandes encontros viagens... São  dores aflições males chagas  feridas aguçadas, abandono. Não existem   justificativas  não se buscar este convite  perdido.  A vida o traz  nas profundezas humanas . Não se sabe  como encontrar.  Está lá, na prateleira  das atitudes, disponivel...

AGONIA DA MORTE

 AGONIA DA MORTE Entre o último suspiro e o primeiro choro  ao nascer,  há uma vida  a ser descoberta. Não a vida  como se mostra,  mas a outra,  a completa. Grande é a distância entre elas. Igualmente grande  é o segredo  que as perpassa. São mundos diferentes,  muitas vezes excludentes. Interagem entre si   possuem canais de ligação.  Fácil é viver o mundo. Difícil encontrar a nova terra. Existe uma vida  para se descobrir  este mistério.  Alguns sequer  se perguntam  tem noção disto. Outros seguem  não perseguem. Outros ainda  são diuturnos  nesta experiência  alcançam de maneiras  variadas,  múltiplas. O último suspiro virá.   Fará a transformação definitiva  de um mundo velho e antigo,  para um mundo novo  nova humanidade. Muito do que se procura  está já  dentro de nós.  Precisa de nosso  discernimento interior.

FERIDO

  Tenho com uma ferida  aberta . Não cicatriza,  não  cura, fica purgando... Por vezes Inflama, incha, dói. Mantém  boa relação  comigo. Está sempre  a lembrar  a transitoriedade, rebaixa o orgulho exalta a humildade. Hoje   ocupa  grande parte  de mim, está por todo  corpo. Desdenha  a incapacidade  de corrigir-me,  diverte-se. Passeia   onde vou,  dá pontadas  quando desvio  o olhar,  finjo  não ver  outras dores expostas  males cometidos  debaixo do Sol.  Já não ando mais,  arrasto-me. Força-me a amar  ser solidário  dizer apenas a verdade  defender  a justiça,  eu que não sei  viver sem esta ferida.

FERIDO

Tenho com uma ferida  aberta no corpo. Não cicatriza,  não  cura, fica purgando... Por vezes Inflama, incha, e dói  como dói. Paradoxalmente mantém  boa relação  comigo. Está sempre  a lembrar  a transitoriedade, rebaixa o orgulho exalta a humildade. Hoje  esta ferida  ocupa  grande parte  de mim. Já não pode  mais chamar-se  ferida,  inverte-se torna-se corpo;  Desdenha  a incapacidade  de corrigir-me  deste aguilhão,  diverte-se. Passeia por lugares  onde vou,  dá pontadas  quando desvio  o olhar,  finjo  não ver  as dores expostas  erros cometidos  debaixo do Sol.  Já não ando mais,  arrasto-me. Força-me a amar  ser solidário  dizer apenas a verdade  defender  a justica,  eu que não sei  viver sem esta ferida.

REFLETINDO O TEMPO

Hoje o dia se foi. Ficou no passado. Guardo uma lembrança  ainda fresca. Surpreende, no entanto,  o grau de esquecimento  que temos,  como descartamos  muito do que fazemos. A "memória é curta"  diante de um amplo presente. Não abarca o todo,  não detém poderes,  forma uma constante  enzima  interferindo no modo  como agimos  no presente. O futuro não  existe... é um sonho  a se conferir,  realizável ou não.  O futuro não  se sustenta,  coloca permanentemente  este sonho,  na dura realidade. De fato, já,  só presente.  Idealmente,  o passado nos segura,  com seus valores,  e o futuro os destrói,  no afã de conquistas. Tentarei administrar  um hoje respeitoso  revendo a memória, aplacando ânsias  intempestivas.

FONTES SECAS

  Deixo consignado  o silêncio.  Ele  opõe-se  ao volume  de informações  inúteis. Chama a nada e nada é chama. Pratica  a compreensão  do olhar, guarda da palavra; deixando-a submersa, sintonia gráfica  das grandes torrentes,  irrefreável. Quando o céu abrir-se olhos absortos, quem sabe  as palavras fujam  de seus  esconderijos recônditos  explodam gratuitas desfazendo as lógicas  da grande ordem. Assim a vida mostrará  sua graça novamente entrelaçando  letras  viajando  livres conhecimentos amorosas declarações  palavras novas... Uma torrente aguarda as fontes secas, sedenta...

FINADOS

  Breve tempo  breve caminhar  agir Tardias descobertas próximos pesares. Infinitas esperas impossíveis  desejos. Um mistério  permanece,  vai e vem  de interrogações,      Rápidas juventudes longas velhices. Maria se foi Antônio partiu. José, por onde anda? A surpresa da morte limite da razão. Apostei no tempo, o tempo não apostou  em mim. Corre um rio sob o barco da vida, flui. Nada pergunta deixa o rastro de um trajeto errante  nada nítido... Tudo é breve para o tanto  que não se faz