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Mostrando postagens de 2023

ADEUS PERMANENTE

O tempo avançou  e fiquei... Vou percebendo  estar perdendo  a corrida  das descobertas,  desconhecendo  novas canções autores livros  tecnologias  de toda ordem  formas de ver agir, tudo! Ainda procuro  utilizar da experiência  como compensação  por tantas perdas;  em certo sentido  obtenho êxito.  O mundo,  entretanto,  vai em frente,  cria novas  experiências, dispensa  as antigas.  Vou caminhando  na lucidez  do atraso,  convívio  de imensas  diferenças que ultrapassam.  Prisioneiro  de um passado  que se torna  presente,  sucumbo  no mundo. Um adeus  continua,  defasado. Já não ando  tanto não saio  tanto, Horizonte longínquo  poente que chama...

Heterônimo

 Minha consciência  é sempre um outro olha-me  como se estivesse  de fora, subdividido em mim. Pensar substitui  o estar certo dormir certo despertar. Dos caminhos me esqueço das palavras despeço. Talvez  um grito, lampejo, permaneça circunspecto/ um beijo desejo! Mas não! Caminho imemorial jogando sombras no passado somatizando em ética. .

CORREÇÃO

  CORREÇÃO Entreguei ao tempo a superação dos problemas, diluí-los no ínterim da realidade. Outros permanecem, martelam... destruição do ego compreensão do nós. Desfiando a vida, caminho acreditando nas ações. Convivo um conserto no trajeto, atitude no decorrer. Sou presença.

ESCONDIDO EM AGENDA

  Os manuscritos não publicados, permanecem sob censura , aguardando outra redação. Sofrem de dúvidas pessoais, indigestas, aporia aberta, inconclusa Não querem ficar sob observação do mundo, escondem-se de comentários. Localizam-se na zona intermediária, da inspiração e a transcrição. Tornam-se indesejáveis, sequer recebem nomes irreconhecíveis esquecidos em agendas guardadas em gavetas. Ficam ali buscando soluções desejam nunca serem descobertos. Reconhecimento de que os poetas também tem seus dias de fadiga.

VELHO CORAÇÃO

 Tenho um coração  que não se contém,  sai fora de si,  insatisfeito.  Bate por dentro,  quer sair,  ir embora.  Reclama muito  de tudo  desde este mundo mau,  até os grandes limites do amor. Olha como sou comportado,  ri e chora,  porque sabe  o quanto perco  de tudo.  Quer ser livre,  indisciplinado,  revoltado,  rebelde,  justo,  escalar montanhas,  cantar. Não se contém,  pobre coração. Vem o dia  em que ele  irá parar  de bater. quando estarão  perdidas  aquelas velhas badaladas  neste odiado  mundo,  ele que tanto  me pediu  para romper  o lacre  da ordem  e gritar...

EM EXTINÇÃO

  Meu tempo  é decrescente,  meu espaço  diminuto. Minhas palavras  escutam,  os ouvidos  falam. Minha altura  se reduz,  a largura amplia.  Minha presença  se ausenta,  minhas ausências  se apresentam.  Minhas opiniões  rareiam  sintéticas,   comentam  os outros. Em tudo concordo,  em nada discordo. Não tenho  dias e noites,  mas um continuum. Antevendo o fim,  eternizo cada momento. Despeço-me  de mim acolho-me  nos outros. Canso por nada Finjo estar saudável.  Descubro-me só  perco-me na multidão.

Eixo

Sou um vulcão  extinto sem data  para eclodir. Um sonâmbulo  desenterrando  tesouros do passado. A espuma que se desfaz das ondas nos pés nuvem ligeira sem rastros, vagaroso iceberg desorientado Sou a noite  os lençóis nos varais, ventos latidos distantes janelas abertas, espera. . Sou  eixo diário rotação de  mim, rondo sistemas estelares, traspasso ventres de esperanças. fantasia noturna se desfaz ao amanhecer.

SOLIDÃO SOCIAL

  Minha solidão  é intratável. Pesca no ar olhares meias palavras interesses. Solidão  de gente verdade, transparência  Solidão que sofre discriminação  Padece  de fingir-se natural em um mundo naturalmente fingido. Inconsolável solidão . Aguarda a libertação  de um sorriso um amigo. Ressoa nas paredes inexistentes silencia... Não há  Sol,  Lua,  chuva,  ventos. Nada a atinge, retira do retiro de si mesma. Solidão  desmascarada repõe desvenda. Como pesa manter a solidão prévia do diálogo.  Resta a cama o quarto nada mais. Solidão que não  se despede, solidão companheira. 11/05/2023

PALAVRAS VOLÁTEIS

  Pensamentos passam perdem-se... Esvoaçam inseguros, pousam em bocas, escondem-se em ouvidos, giram giram. Dormem sonham, ao final desaparecem. Palavras apalpam o ar seguem voláteis de raízes esquecidas altitudes inalcançáveis.   Vou dizer que... Ah.. já se foi.

RELAXAR

  Hoje é dia de descansar. Não tem uma data definida muito menos uma idade. Há sim um excesso de cobranças permanente, ocupações múltiplas invadem a natureza da vida, subvertendo-a com todo tipo de pressões. Tempo de extrair o último suor, exigir posturas, visões, criatividade, competitividade, organização, liderança, decisão. Até a personalidade passa pela régua da análise, adaptando-a à melhor produtividade. Hoje é dia de relaxar, espreguiçar, deitar, distrair, deleitar, reencontrar aquele eu apagado no emaranhado da sobrevivência. Ah...como é bom descansar de tudo, buscar fundo, sem querer, descobrir o perdido.

AGUARDANDO

  Estou aguardando  uma palavra.  Está na ante sala  do grande aposento. Está por ser dita. Espera  disponibilidade,  atenção.  Está em maturação,  para provocar  o efeito desejado  de refletir. Depois, quem sabe? Voa ao infinito? Abraça árvores? Bebe  das fontes  límpidas   onde  ninfas,   faunos,  pequenos duendes se refestelam? Palavras aguardam... Quando poderão repousar ?

GESTANDO

  Ainda não nasci. Continuo  no ventre  de minha mãe.  Ela morreu...  há muito tempo...  mas continuo  ainda lá em seu ventre.  Ainda não dei  meu grito fetal,  está suspenso   pernas fechadas gozos comedidos. Ainda  não rompi  o lacre  o cordão  umbilical  intrauterino. Ainda  não cheguei  ao mundo, não chutei dei sinal de sair!  Permaneço  num repouso  eterno  sem saber  o que é viver  em mim. Ainda não terminei  de ser fecundado  nas noites,  cobertas  escondidas.  Ainda  não tomei café experimentei  amargo. Ainda não me  escolheram  um nome. Ainda não sou eu.

CELEBRAR A VIDA

  O mundo  pode ser  melhor. Não se trata  de combater  os que dominam,  mas fazer o bem. Uma questão  complexa  com solução  simples. Inicia-se imersão crítica,  revolução interior,  compreensão,  transformação  ao redor. Não é suficiente  descobrir... é preciso  descobrir junto. Não se coadunam  grandes pensamentos,  ausência de atitudes... Mundo  de compreensão,  tolerância,   solidariedade,  e ação,  muita ação.  Um segredo místico  permeia a existência. Concorre  para os ajustes  assentarem-se  em boa medida,  convida a reflexão.  Um dia  depois do outro  pesca palavras  pessoas,  nem sempre fáceis  de se achar,  despertando-as,   desalojando-as  das insuficiências.  Não precisamos  dos maus,  repousam  em suas maldades, raramente refletem, estão presos  ao ódio. O partido da vida  é o coração, busca integral

AGUARDANDO

  Estou aguardando  uma palavra.  Ela está  na ante sala  do grande aposento. Está por ser dita. Espera  disponibilidade,  atenção.  Está em maturação,  para provocar  o efeito desejado  de refletir. Depois, quem sabe? Voa ao infinito? Abraça árvores? Bebe  das fontes  límpidas   onde  ninfas,   faunos,  pequenos duendes se refestelam? Palavras aguardam... Quando poderão repousar ?

TRANSITÓRIO

  A lágrima  a solidão  o silêncio.  O medo  confunde -se  com as horas, aguarda... O tempo  se extingue, Inexorável.  O quarto a escuridão  o pensamento Diante do futuro antevê  o fim. Um calafrio perpassa a epiderme  semi desperta. Fugaz  condição humana, onde beijos  despedem-se  de bocas,  alojam-se  na memória.  Todos dormem... Só o coração  mantém-se  desperto, apreensivo. O interior  o pensamento, a márgem do grande rio. Haverá tempo para preparar  festas? A dor a pedra a despedida.

DOBRAS DA NOITE

  Venho  de sonhos  noturnos  não realizados,  assaltando  o presente. Levanto... Busco  o oratório... Uma multidão  de dores  aguarda  esquecida  oração. Nomes e povos  desfilam  sofrimentos Seguro o terço  nas mãos balbucio  as contas...   Um mantra  dirige-me  para encontros  impossíveis. Povoam todos  os lados Uma primeira  camada  de pensamentos, ordeira, reza,  intercede,  atua.  Outra camada  sobrepõe-se: passeia  vagueia  trata Deus como amigo  num diálogo   fraterno  entremeado  de longínquas  lembranças,  desaparecidas. Uma terceira  vem do alto,  desperta  a epiderme, multivariada, conforme  o assunto.  Traz convites  prontos  a todos os atores ,  comando geral  a determinar  caminhos  identificados  nas entrelinhas,  às apalpadelas.  Fornece  a devida sabedoria  no tempo certo.   Assim aproximo o sentido da vida  à  realidade. Amanhece.

CONVITE

Todo acontecimento  traz um convite  escondido,  retrato  do momento.  São  núpcias  festas grandes encontros viagens... São  dores aflições males chagas  feridas aguçadas, abandono. Não existem   justificativas  não se buscar este convite  perdido.  A vida o traz  nas profundezas humanas . Não se sabe  como encontrar.  Está lá, na prateleira  das atitudes, disponivel...

AGONIA DA MORTE

 AGONIA DA MORTE Entre o último suspiro e o primeiro choro  ao nascer,  há uma vida  a ser descoberta. Não a vida  como se mostra,  mas a outra,  a completa. Grande é a distância entre elas. Igualmente grande  é o segredo  que as perpassa. São mundos diferentes,  muitas vezes excludentes. Interagem entre si   possuem canais de ligação.  Fácil é viver o mundo. Difícil encontrar a nova terra. Existe uma vida  para se descobrir  este mistério.  Alguns sequer  se perguntam  tem noção disto. Outros seguem  não perseguem. Outros ainda  são diuturnos  nesta experiência  alcançam de maneiras  variadas,  múltiplas. O último suspiro virá.   Fará a transformação definitiva  de um mundo velho e antigo,  para um mundo novo  nova humanidade. Muito do que se procura  está já  dentro de nós.  Precisa de nosso  discernimento interior.

FERIDO

  Tenho com uma ferida  aberta . Não cicatriza,  não  cura, fica purgando... Por vezes Inflama, incha, dói. Mantém  boa relação  comigo. Está sempre  a lembrar  a transitoriedade, rebaixa o orgulho exalta a humildade. Hoje   ocupa  grande parte  de mim, está por todo  corpo. Desdenha  a incapacidade  de corrigir-me,  diverte-se. Passeia   onde vou,  dá pontadas  quando desvio  o olhar,  finjo  não ver  outras dores expostas  males cometidos  debaixo do Sol.  Já não ando mais,  arrasto-me. Força-me a amar  ser solidário  dizer apenas a verdade  defender  a justiça,  eu que não sei  viver sem esta ferida.

FERIDO

Tenho com uma ferida  aberta no corpo. Não cicatriza,  não  cura, fica purgando... Por vezes Inflama, incha, e dói  como dói. Paradoxalmente mantém  boa relação  comigo. Está sempre  a lembrar  a transitoriedade, rebaixa o orgulho exalta a humildade. Hoje  esta ferida  ocupa  grande parte  de mim. Já não pode  mais chamar-se  ferida,  inverte-se torna-se corpo;  Desdenha  a incapacidade  de corrigir-me  deste aguilhão,  diverte-se. Passeia por lugares  onde vou,  dá pontadas  quando desvio  o olhar,  finjo  não ver  as dores expostas  erros cometidos  debaixo do Sol.  Já não ando mais,  arrasto-me. Força-me a amar  ser solidário  dizer apenas a verdade  defender  a justica,  eu que não sei  viver sem esta ferida.

REFLETINDO O TEMPO

Hoje o dia se foi. Ficou no passado. Guardo uma lembrança  ainda fresca. Surpreende, no entanto,  o grau de esquecimento  que temos,  como descartamos  muito do que fazemos. A "memória é curta"  diante de um amplo presente. Não abarca o todo,  não detém poderes,  forma uma constante  enzima  interferindo no modo  como agimos  no presente. O futuro não  existe... é um sonho  a se conferir,  realizável ou não.  O futuro não  se sustenta,  coloca permanentemente  este sonho,  na dura realidade. De fato, já,  só presente.  Idealmente,  o passado nos segura,  com seus valores,  e o futuro os destrói,  no afã de conquistas. Tentarei administrar  um hoje respeitoso  revendo a memória, aplacando ânsias  intempestivas.

FONTES SECAS

  Deixo consignado  o silêncio.  Ele  opõe-se  ao volume  de informações  inúteis. Chama a nada e nada é chama. Pratica  a compreensão  do olhar, guarda da palavra; deixando-a submersa, sintonia gráfica  das grandes torrentes,  irrefreável. Quando o céu abrir-se olhos absortos, quem sabe  as palavras fujam  de seus  esconderijos recônditos  explodam gratuitas desfazendo as lógicas  da grande ordem. Assim a vida mostrará  sua graça novamente entrelaçando  letras  viajando  livres conhecimentos amorosas declarações  palavras novas... Uma torrente aguarda as fontes secas, sedenta...

FINADOS

  Breve tempo  breve caminhar  agir Tardias descobertas próximos pesares. Infinitas esperas impossíveis  desejos. Um mistério  permanece,  vai e vem  de interrogações,      Rápidas juventudes longas velhices. Maria se foi Antônio partiu. José, por onde anda? A surpresa da morte limite da razão. Apostei no tempo, o tempo não apostou  em mim. Corre um rio sob o barco da vida, flui. Nada pergunta deixa o rastro de um trajeto errante  nada nítido... Tudo é breve para o tanto  que não se faz

PARTES DE MIM

 Partes de mim  vão ficando  no caminho.  Não é proposital,  nem casual.  São espaços  abertos  de convívio,  compreensões  furtivas  nada tomando  nada perdendo,  completando.  Não há acordos,  simplesmente  socializa-se,  deixa de ser seu.  O caminho  é um ir  deixando  as partes,  assumindo  outras  em nós.  Somos  uma complexa  humanidade                                                                                  em construção.

DENSAS NUVENS

  O Sol  escondeu-se  nas densas  nuvens. Amanhã, quem sabe? O frescor  das manhãs  dissolve tormentas.  A verdade  escondeu-se  das duras  realidades. Irá aflorar? Observar  desvela  labirintos  O amor  ocultou-se  da Vida. Sairá da penumbra? Porque chora  em silêncio,  não se realiza?  O tempo ocultou-se Das transformações. Teima em acalmar-se? Permanece estático? Muito se esconde,  não se mostra. Densas nuvens...

FINAL DE DOMINGO

  Odeio  o final  de domingo... Vem à mente  papai,  mamãe,  meus irmãos,  meu querido filho  que partiu  tão cedo. Não tive  tempo  de despedir-me  direito  deles. Foram-se e fiquei... Tenho  uma despedida  entalada  na garganta  ainda hoje. Se existe um momento  em que o passado  assalta  completamente  o presente,  é no domingo  à noite. Derramo  lágrimas  silenciosas,  porque  ninguém  percebe  minha dor. Porquê  externá-la? Termino  caído  nas horas  finais  quando  também  termina a semana, ou começa? Está  no intervalo  do tempo. Parece  a hora  da morte! Se existe  um momento  de experiência  de dor  interior,  este  é o momento. Onde estão vocês,  que me deixaram  aqui só,  sem poder  falar,  ouvi-los... apenas  uma infinita  solidão  inconsolável. Quisera  dar exemplo  de alegria  esperança... Perdoem  a fraqueza,  é mais forte  a saudade   que invade  este peito. Papai! Mamãe! Filho! Onde estão vocês? Só lágrimas dor saudade.

OLHANDO A VIDA

A consciência é um brinquedo da idade, amadurece com o tempo. Mama sem escrúpulos, a todos encanta por novas descobertas. Descobre-se livre. Alcança maturidade precoce, sofre de autonomia. Percorre labirintos de conhecimento, embebeda-se em suas insuficiências.

MEDITAÇÃO NOTURNA

  Fecho os olhos.  Pensamentos  povoam  a mente. Percorro  os confins  das experiências  reunindo  as distâncias  do tempo  no bojo. Saboreio  passagens  míticas,  guardadas  a sete chaves,  para não ser  considerado louco. Escavo  lembranças  sólidas,  rastros  de retidão. Outras, são  caminhos  errantes,  resvalam  em erros, lições   secretas . Aguardo marés... Lembro e esqueço  nomes,  conforme  o laboratório  da idade,  dando conta  de histórias  particulares,  a serem  partilhadas, descartadas, às  vezes  fluem  outras vezes esvaem... Assim vou  apalpando  o caminho   até migrar  em sonhos,  terreno fértil  sob a censura  da memória.  Adormeço...

AS BOMBAS DE GAZA

  As bombas  de Gaza  visitam  inesperadas. Desconhecem... Crianças brincam,   mães amamentam,  velhos recolhem  sabedorias  guardadas  nas camas. Sonhos  explodem   pesadelos. Bombas milenares sem direção coração perdidas. Onde está  a alegria  da mãe, o hospital  que cura a praça  que descansa  a escola  que ensina? Javé plantou  estes lírios?   Pesam e caem sorteio da morte. Vidas e escombros  se confundem fundem  cimento e sangue A mãe  já não  acalenta  o filho. A criança  já não  brinca. O velho  não tem  quem o ouça.  As bombas de Gaza  não escolhem,  caem como chuva.

NOTÍVAGO

Dias atravessam  noites.  Noites perduram  dias. Questiono  os travesseiros  dos jornais,  sonâmbulo  de notícias.  Bombas  explodem  lágrimas,  viagens  vasculares, cardíacas.  Há dias  não anoitece,  tecem  teias  de relações,  aguardam  desavisadas  presas. Não amanhece,  imploram escuridão,   implodem  amálgamas  diversos,  redes  sonolentas,  avessas  ao despertar,  preguiçosas. Perdi  a noção  do tempo  que sempre continua, independe.  Estrelas  são sois  distantes,  apenas isso. Não durmo, despenco do dia.

CONTRADIÇÃO DAS CONTRADIÇÕES

  Há o rico e Há o pobre. Mas, Há um rico que é pobre, e um pobre que é rico Mas Também, Há um rico Que é rico E um pobre Que é pobre Os que Não são Nem ricos Nem pobres Oscilam Fingindo serem ricos Sendo pobres, E de serem pobres sendo ricos. Muitos são Os pobres Poucos são Os ricos Há Poucos Ricos Que são ricos, E muitos Pobres Que são pobres De maneira geral Muitos ricos São pobres E vice-versa Poucos pobres São ricos Deu para entender?

VAZIO

  Conheço o vazio  que carrego. O peso  deste vazio. Um dia  após o outro  não são  suficientes  para preenchê-lo. Vaza... Não está  na vida  em si,  mas na  ausência  de vida.  Não está  na consciência  das pessoas,  sentem,   não percebem. Não tem volume,   crescimento,  paradoxalmente,  esvaziamento. Está localizado  no espaço  da consciência  que não se põe  em ação.  No espaço  da fé  sem obras. No amor  que não  se expressa. Na desistência  da verdade... Não toma tudo  de uma vez... vem ao poucos,  disfarçado  de verdade,  por dentro ,  até assumir  cativeiro  que não ocupa,  não percebemos. Realidade  inconteste,  assola  todo aquele  que busca  um mundo  melhor. Está aí,  no silêncio   diante  das injustiças,  nas bocas   famintas ,  na falta  de um lar,  doentes  esquecidos,  drogados  sem apoio, em toda sorte  de explorados,  abandonados,  desprezados. Um vazio  que purga  nada  permanente. Vazio de morte.

EM REFORMA

  Descobri  as palavras  que escrevi,  quando li. Mas então,  escrevi  e não sabia?  Vou-me  escavando  sem saber,  tesouro  perdido encontro de mim,   nascente  que flui  desconhecida. Surpreendo-me com que  descubro.   Pergunto,  como pude? Disfarces   divertem -se  em passear  comigo. Calo-me  impedindo-lhes  a saída,  descubro  um silêncio  nobre  de vigília  interior,  descartando  uns e outros  personagens.  Palavras  com poder  de criar ,  fonte  oculta,  vida  que atravessa  a vida.

DESCOBERTA AMBÍGUA

Não espero  unanimidade,  mas contraponto,  véspera da verdade. Não espero  compreensão,  mas cizânia,  anteporta  de amizades. Não espero  grandes conquistas,  mas derrotas pungentes,  chegam à consciência.   Não espero  sonhos,  mas pesadelos;  deixam os sentidos  despertos. Não espero  alegria,  mas tristeza,  mais realista. Não espero  ser útil  nisto ou naquilo,   mas ser  imprestável;  terei a verdadeira ideia  do que pensam  de mim. Não espero  a esperança;  ela espera  de mim.

ORDEM & DESORDEM

 ORDEM & DESORDEM Caminho  no estreito  leito   definido  pela ordem. Faço  declarações  confinadas  pela ordem. Sigo  meus trajetos,  como todos,  em ordem Encontro  ocupações  pela ordem. Luto  em ordem. Sou ordem! O beijo  rompe  a ordem. O abraço  fragiliza  a ordem. As palavras  questionam  a ordem. A criação  reconstrói  a ordem. A política  repensa  a ordem. O amor  desdenha    a ordem Sou desordem!

PERGUNTAS INSÓLITAS

  É  preciso deixar o campo sem flores para defender a paz? Se constrói alegria sem regar desertos? É possivel suportar  pesadas estruturas, e  construir leveza? O impossível está enamorado do  limite?  Os alma se deixa conhecer pela razão ? O amor é amigo das estruturas? As praças queixam-se das ausências ? As despedidas medem o tamanho do encontro? As flores tem consciência  da beleza? 

DEIXE SER...

 Deixe ser... Muitas regras  matam! Deixe  as pessoas  seus varais  de roupas,  estrelas preferidas  piscando sonhos. Porquê  perfumes  não decidem(?) jardins vazios,  sem vida? Ah os sorrisos  gratuitos,  os passeios  matinais  onde o amor  cruza  a todo instante. Deixe  o calor e o frio,  a saúde e a doença,  a pedra e a água,  porque  nada e tudo  fazem parte   da descoberta. Deixe ser...

PARTES DE MIM

  Uma parte  de mim  vai ficando  no trajeto.  Não é  proposital  nem casual. São espaços  abertos  de convívio  compreensões  furtivas  nada tomando  nada perdendo,  completando. Não há   acordos,  simplesmente  socializa-se,  deixa de ser seu. O caminho  é um ir  deixando  nossas partes   assumindo  outras  em nós.  Somos  um imenso  corpo  em construção.

perdido na linguagem

  Estou com a comunicação truncada. As pessoas dizem algo e entendo diferente.  De duas uma: ou estou perdendo contato com o mundo, ou vice-versa. Posso estar entrando em uma auto linguagem, ou meta linguagem, sei lá. Solidão de mim, com muito diálogo interior, mais os interesses, as preocupações,  atividades, congestionamentos eternos me tornar inoperantes... Não entendo mais tudo e nada.  Nem consigo explicar isso que não sei.  De um fato tenho consciência.   A vida é simples e deve-se mantê-la simples. Aí o amor floresce com sinceridade natural, as amizades tornam-se mais afáveis, o trabalho fica menos complicado, os bares e restaurantes soltam conversas gratuitas, tudo vai bem. Mas tem uma comunicação atravessada avassaladora, que não consigo entender.

EM SUSPENSÃO

   Meu oratório  anda relegado  em minhas distrações. A preguiça de Deus  na vela acesa  substitui  a ausência  vigília   de mim  de reza  permanente. Velo as misérias  comprometidas com o mundo caçoando um deus  atemporal ahistórico. Oro  ao final  no cansaço  cobrança  de Deus. Aí experimento  a graça  que não alcanço  a frieza  que não almejo, deboche de mim resposta  às permanentes distâncias.  Deus se diverte das limitações. Educa...educa.

PERGUNTAS INSANAS

  Será que a velhice espanta os fantasmas? Ou eles permanecem voando por aí? Será que Terra fará as pazes com o céu ? Ou continuará girando louca no espaço infinito? O Ser Humano, entenderá como se forma a nascente? Andará seco pelos desertos? O amor, será despejado pela incompreensão? Restará escondido nos quartos? As pedras, enfim, respirarão aliviadas? Esconderão micro civilizações milenares? A vida confundir-se-á com as flores? Manterá os espinhos? As nuvens tornar-se-ão algodão doce? Namorarão, parcimoniosas, os ventos? O Sol enxugará as lágrimas? Restará escondendo-se às noites? Os prados serão áreas de passeios? Produzirão tesouros cardíacos? A cama convidará o cavalo branco alado para sonhos? Será um porto para nada? As portas terão lembranças? Simplesmente se fecham? Despedem? Permanecerei sem respostas? Descansarei em dúvidas? Aceitarei a insanidade das perguntas? Curtir Comentar Compartilhar