Meu tempo
é decrescente,
meu espaço
diminuto.
Minhas palavras
escutam,
os ouvidos
falam.
Minha altura
se reduz,
a largura amplia.
Minha presença
se ausenta,
minhas ausências
se apresentam.
Minhas opiniões
rareiam
sintéticas,
comentam
os outros.
Em tudo concordo,
em nada discordo.
Não tenho
dias e noites,
mas um continuum.
Antevendo o fim,
eternizo cada momento.
Despeço-me
de mim
acolho-me
nos outros.
Canso por nada
Finjo estar saudável.
Descubro-me só
perco-me na multidão.
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