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Mostrando postagens de julho, 2023

RECOLHENDO

 . Pegue os pedaços. Foram jogados ao chão. Pegue! São teus! Ainda te pertencem, fazem parte de ti. Se estão destruídos não importa, somos assim também meio destruídos. Caem amores, poderes, prazeres... Tudo pode ser reconstruído. Somos assim... teses,. antíteses,. soberbas sonhos. fazem parte  de ti O que está de pé não significa estar certo. O que cai, pode ser verdadeiro. Não tenha certezas, ponha dúvida tudo o que faz, e definir fazer. A vida é assim A certeza é resultado da eliminação das dúvidas. Enfim, pegue tudo o que é teu viva atento. Supere a mediocridade. Seja um pensador, amante da vida. A vida é assim.

SENTIDOS

Já tive muitos olhos... Vendo, olhos de hoje, dor horrível, venho parindo verdades sempre novas, percebendo cegueiras. Vários ouvidos... desatentos desinteressados, soberbos voltados aos apitos dos trens casa trabalho, trabalho casa. Nada mais. Inúmeras consciências, construindo desconstruindo teorias. Lutando percebendo o desperdicio no viver buscando o sentido em tudo sua relevância, o sofrimento humano. Como busco! Passos... Muitos passos. Caminhadas inóspitas, improdutivas no arrastar os pés nas multidões, várias direções, procurando perdendo reencontrando Pés cansados medem onde vão, se vale a pena, se vão. O corpo é um desafio permanente. Velho vejo serenamente o possível Ouço pouco. Ainda percorro trajetos irregulares rumo...

Meu carrilhão

  Tenho um antigo relógio em casa, um carrilhão. Precisa de dar cordas, de tempo em tempo. O ajuste do tempo é uma arte, regulada no pêndulo, fazendo subir ou descer o peso na base. Adianto-o, e vagarosamente vou suspendendo o peso para reduzir, ao poucos o atraso. Ele é sonoro, suas badaladas tocam, de forma crescente, o canto do Avê Avê (sic) Ave Maria. Ele vem de família, lembra mamãe, que o colocou ao final da escada, para quem subisse. Assim, aproveitavam e se inteiravam das horas. Eu era pequeno e pouco conhecimento tinha. Hoje, este relógio bate saudades, bate lembranças, bate uma vida que não retorna mais. Era feliz, sem teorias. Hoje faço memória de tantos, por este relógio antigo que teima em continuar. Descubro que me tornei este carrilhão, e teimo igualmente em viver alegre, sem ponteiros, cordas, pêndulo, minhas badaladas da vida. Torno-me este carrilhão aos meus netos, marcando com amor a infância de suas vidas

PLENITUDE

 Um dia  me livrarei  do tempo e do espaço.   O sopro desta vida Já não terá  importância. Não estarei  mais prisioneiro  de projetos,  riqueza, poder. Não terei  amor  carnal. Uma dimensão  da vida, etérea, romperá   dívidas  fracassos sucessos. Abrirá  portais  desconhecidos  familiares  esquecidos, desvendará  segredos,  suprimirá   opressões.  Fará  um grande  ajustes  de contas  incontável. Este dia não terá tempo  e espaço, despedidas,  mas encontros,   sorrisos festa.  Significará  uma forma  de vitória  para uma  guerra  nunca declarada  encarnada. Que venha este dia! Estarei a espera...

ENTRE O SOL E A LETRA

Minhas letras tornam-se palavras com o Sol. Voam alegres! Pássaros gorjeiam recitais matinais. Meditam galhos sinônimos, sobrevoam grandes árvores de realidades. Sonham! Depois pousam à sombra da leitura, deleite de versos, criação. Habitam em palavras... cantam alto, sentido, o intervir por vir. Reconhecem o movimento dos ventos expirados nas folhas, balançam o coração natureza do verso. Querem ser tudo! Não podem. Entregar-se plenamente! Incapazes. Por isso escrevem voam sonham

A nossa estrada de Damasco

Cuidado com a estrada de Damasco. você pode estar indo muito tranquilo, convicto de suas ideias e ser atingido em cheio em sua autossuficiência. De repente seus objetivos passam a ser outros, uma cegueira te toma inteiro. Precisarás de terceiros para arrancar tuas escamas dos olhos, tão antigas e fortes te impregnavam. De perseguidor tornar-te-ás perseguido, de descrente em crente, de todo poderoso, em vulnerável Bela estrada de Damasco localizada em algum momento da vida de todos.

MUNDO ESCONDE-ESCONDE

Ainda não disse tudo o que gostaria dizer Não suporto este mundo todo certo escondendo uma multidão de tudo muito errado. Mundo esconde-esconde Escondemo-nos em casa escondemo-nos das esmolas dos diálogos endurecemos olhares mudamos de calçadas evitamos ruas bairros. Ainda há muito a dizer Os tiranos estão aí se fazendo salvadores de espectros extintos querem destruir acabar com tudo em nome de uma bandeira inodora e um Jesus. desfigurado Mundo disputado nos empurra à mesma violência na defesa dos direitos Humanos Mundo de ódio ao ódio vergonha do amor como motor de tudo Vida de disputas em todos os níveis e escassa fraternidade companheirismo em pequenas cidadelas. Fanatismos generalizados no lugar de aberturas rostos abertos descobertas novidades. Pior, de falta de prazer do que fazer de desistência preguiça Ah como ainda tenho o que falar gritar alto!!!! Alguém ouvirá? Terei solidariedade neste apelo? Como Pessoa concluo: "Arre! Será que há gente, neste mundo?"

Legado

Que bom quem atravessa esta vida deixa boas obras, lembranças, alegra multidões sofridas com seu arsenal de esperanças. Que bom saber viver para outros. Que bom descobrir os segredos do mar navegar. Quando o dia se apaga dorme em paz sem dívidas, não se questiona. Ele é luz! farol! justiça! Não desperdiça tempo, vai em frente apesar das dificuldades perseguições Tem obsessão pelo justo naturalmente inerente ao ser. Ele está por aí buscando por você para formar um grande grupo, um povo, mundo de sonho  por realizar Conversa com todos sem exceção olha tudo com olhos bem abertos de justiça verdade, questiona constrói. Está nos esperando sigamos juntos.

João Donato | Nasci para bailar (João Donato e Paulo André Barata) | Ins...

Marcos Valle & João Donato - Entardecendo

A Rã - João Donato. Morre João Donato, mestre da bossa nova

Claudia - Com Mais de 30. Morreu João Donato

O Brasil pós fascismo

 Nunca é demais  lembrar da neurose coletiva que vivíamos  sob um governo de extrema direita no Brasil. Negação das vacinas, corrupção no governo, sempre procurando envolver os militares, e finalmente a tentativa de golpe, que  está no âmago deste tipo de gente. Não sou idólatra de quem quer que seja, mas tenho de admitir que o atual governo de Lula restabeleceu a paz no país. Ele já não é mais visto com aquelas cores de seu primeiro e segundo mandatos, o que é bom.  Retomou a defesa do meio ambiente, e dos povos indígenas. Apoia com ações as chamadas minorias, que, na verdade são maiorias, busca retomar o desenvolvimento. Então, conta com meu apoio

O REVERSO DO AVESSO (Em memória de frei Giorgio Callegari|)

  Faço uma pausa. Um turbilhão de amarras impedem caminhos, reverberam sem saída. Ocupam tudo! Não pedem licença Não se importam Com a dor coração Aceleram em volúpia destruidora. Estruturas Inanimadas rondam perspectivas de saídas, vigiam. Por isso a fuga torna-se enfrentamento, a perda encontro. O reverso do avesso.

PERCURSO

  Meu caminho tem pés calejados. Conto os passos; saboreiam glórias sofrem derrotas contam historias fantasias duras realidades. Incansáveis, sustentam olhares além horizonte, meditam a fé. Não deixam de sonhar as menores trivialidades base das grandes conquistas. Brincam dançam cantam olham como olham até que o disfarce assente à margem até que o amor prevaleça

PALAVRAS

  Pensamentos passam perdem-se... Esvoaçam inseguras, pousam em bocas, escondem-se em ouvidos, giram giram. Dormem depois sonham, ao final desaparecem. Palavras apalpam o ar seguem voláteis de raízes, esquecidas de atitudes. Vou dizer que... Ah.. já se foi.

RADIOGRAFIA

  Observo meus olhos: medem rastreiam focam desviam lacrimejam. Professo minha boca: abre grita escolhe palavras esconde dentes, morde lábios. Ouço meus ouvidos: surdos atentos cheios de zumbidos. Balanço os braços em afagos, tateiam descobrem cruzam. excito meu sexo ousado dos caminhos impossíveis, marginal . Caminha meus pés em terrenos repetidos pisando saltando marcando compassos. Conheço este corpo no seu todo, como se engendra pré consciente em confronto com a realidade! Aí a mente decide, em parte, junto aos neurônios, como harmonizar o todo.

DESPERTO

  Um chão interminável, olhar o caminho. O Céu combina nuvens sonhos, a montanha constrói desafios nobres, as densas águas afogam a História ... A ancestralidade das pedras, memórias desejadas da liberdade fugidia As notícias aguardam o por do Sol escaldante, nunca vem. Velo a alegria a ingenuidade a entrega gratuita despossuída inconsciente. Alcanço o tempo com a colher no tempero da vida. Degusto livros com a caneta, beijo a amada na trivialidade das pequenas atividades, escavo sobras, adormeço.

INCESSANTE

Procuro o belo no sereno sem flores, a esperança, na pressa da multidão, a paz nos espasmos da ordem. Busco a verdade nas cheias e vazantes, a alegria ao sair de campos minados, a serenidade nas grandes derrotas. Vasculho por mim, um nós me abate.

MELANCÓLICO

  Da saudade jorram tempos longínquos regam desertos interrompem trajetos perdem sentido. Algumas fotos, se tanto, perduram, acendem cenas... A porta entreaberta aguarda visita... Não vens... Não me convenço da partida. Quanto amor por dar, aos que se foram, no entardecer da vida. Porta sempre entreaberta...

Paródia das virgens nas bodas do noivo

  Celebro um casamento soturno. Tenho candeeiro aceso nem sempre o noivo vem... Mando-lhe um recado distante: - A dama da noite soltou fragrâncias, o perfume está por todo o jardim. Vê! Os pequenos te aguardam em cobertores, nas calçadas cobertas por estrelas, Piscam. Vê! a Lua ilumina os caminhos para não te perderes Tudo está preparado: Os manjares músicos convidados. Venha! Nem que a manhã anuncie a aurora, o Sol te arrefeça tudo esteja já disperso. Desponte logo. Minha ânsia desfalece em solidão.

PÓ DAS ESTRADAS

  Estou antes das folhas secas frutos maduros. antes da carne do parto. Estou nas beiradas das estradas aguardando alguém que passe e deixe uma brisa que me erga. Pairo alto tudo observo assento-me junto a uma pequena semente aguardo a chuva paciente. Estou presente nas tempestades secas nelas extraio paciência revolta. Estou antes dos acontecimentos profeta da ciência denunciando os velhos aproveitadores de sempre orientando caminhos difíceis. De pó sou barro. de barro, respiro vivo De alguma forma continuo sendo pó neste mundo de opressão assentado à beira das estradas e observo tudo

O PEDAÇO DE MIM

  O pedaço nunca desgruda, ciúme do inteiro. Não se sente parte. Não aceita sua condição, quer banir-se. Não consegue. Não aceita a ordem que oferecem, rebela-se. Os dias passam... O pedaço grita só! Envelhece gritando sem luta sem mortes. Um dia olhando a copa as árvores, decidiu calar-se, deixar de ser pedaço. Passou a ler línguas mortas extintas, passou a excluir o sonho das refeições. Não despertava mais. Não viu mais razões em tudo. Não fez nada mais porque tudo perdera completamente o sentido, era previsivelmente velho Decidiu então dar um grande adeus. Hoje berra muito, contra a imensa prisão do mundo. O que será do pedaço

SURREAL

  Não como, devoro. Não bebo, afogo. Não ando, fujo. Não olho, desvio. Não penso, esqueço. Não amo, traio. Não falo, repito. Não julgo, condeno. Não ensino vulgarizo. Não danço, marcho. Não encontro, perco. Não vigio, adormeço. Não trabalho programo. Não escrevo disfarço.

CICLONE INTRAPESSOAL

Pelas frestas da janela percebo a ventania fora da casa. Frestas  entreabrem-se, considerando brisas tempestades. Difícil atravessar  a noite entreaberto, um pé no chão outro mergulhado em mistérios. O mundo ocupa, não deixa  espaços, precisa da noite. Os materialistas não erram estão sempre certos Os espirituais erram muito; a fé não produz prova material. Este dissenso abre um estranho diálogo, caminham muito por si mesmos. Conversam, surdos, mudos. aos trancos  e barrancos. Cheios de verdades, escondem dúvidas. Destilar quantidades intoleráveis, longas distâncias. Assim vão na curta vida A experiência interior, egoísta, não substitui as lutas por justiça, paga o preço da descoberta encontro pessoal. Lutar com fé uma mesma luta tem muita diferença. A amorosidade é a principal delas. Pode-se lutar por justiça sendo mau, sem amor. Porque o amor não tem lado. Está em todo lugar  hora.

O jardim e a palavra

  Dividido entre o jardim e a palavra, não sei o que é melhor, se a fragrância das flores, da seiva das plantas roçadas, ou a profundidade múltipla dos versos. Uma e outra se atraem, esposa, amante, expressa, oculta, confidentes letras. O jardim torna-se belo quando rastela palavras. Versos adquirem beleza quando contemplados . As manhãs de inverno não distinguem, fazem da vida um poema real Basta saber que o jardim cria poemas. que os versos tem algo de flores.

Agonia da idade

Conheço estes trajetos por onde pretendes passar... Conheço suas curvas fechadas, retas discretas, tenho conhecimento de seus vários terminais, a depender de onde vás. Conheço tua autossuficiência que te torna surdo, tua ansiedade soberba. Sei dos atalhos, labirintos sem saída ladeiras perigosas subidas extenuantes. Deste caminho todo tenho conhecimento, mas não te interessas... Gostaria de poupar-te tempo, abrir alternativas, mas... Quem sabe aquele buraco logo à frente as longas distâncias possam trazer um pouco de humildade e ouça-me. Quem sabe em algum momento consigas ler o significado dos acontecimentos, o que decifram para ti. Conheço estes trajetos todos. Sei onde vão dar... mas não consigo fazer-me ouvir.

Montanhas noturnas

    Minhas noites São tuas, bordadas no tecido da vida.   Perguntas ecoam Incompreendidas, do trajeto, depois de um sonho desfeito.   Questionam a independência da morte, a fragilidade da vida.   Noites intermináveis   Onde estás horizonte Para que possa Ver-te Amanhecer......   Onde te encontras, se a fragrância ainda sinto?   Onde te escondes nesta escarpa onde nos separamos eu cá embaixo Interrogando Sentinelas?   Escalaste umbrais transsubstanciosos!   A montanha é granito  puro em cada  reentrância sentinelas  vasculham,   graníticos, a subida  à Jerusalém  Celeste antes  que desça da eterna  Aurora.   Eu  que  não me  preparei para  esta despedida?   João Paulo Naves Fernandes 18/06/2020 04H21

VIGÍLIA

   Um chão  interminável, olhar o caminho. O Céu combina  nuvens  sonhos,  a montanha  constrói  desafios nobres, as densas  águas afogam  a História ...   A ancestralidade  das pedras, memórias   desejadas da liberdade fugidia As notícias  aguardam o por do Sol escaldante, nunca vem. Velo a alegria a ingenuidade a entrega gratuita despossuída  inconsciente. Alcanço o tempo com a colher no tempero da vida. Degusto livros  com a caneta, beijo a amada na trivialidade das pequenas atividades, escavo sobras, adormeço.

PALAVRAS

Pensamentos passam perdem-se... Esvoaçam inseguros, pousam em bocas, escondem-se em ouvidos, giram giram. Dormem depois sonham, ao final desaparecem. Palavras apalpam o ar seguem voláteis de raízes esquecidas, de altitudes  Vou dizer que... Ah.. já se foi.

RADIOGRAFIA

Observo meus olhos: medem rastreiam focam desviam lacrimejam. Professo minha boca: abre grita escolhe palavras esconde dentes, morde lábios. Ouço meus ouvidos: surdos atentos cheios de zumbidos. Balanço os braços em afagos, tateiam descobrem cruzam. excito meu sexo ousado dos caminhos impossíveis, marginal . Caminha meus pés em terrenos repetidos pisando saltando marcando compassos. Conheço este corpo no seu todo, como se engendra pré consciente em confronto com a realidade! Aí a mente decide, em parte, junto aos neurônios, como harmonizar o todo.