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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

A FOME NA FAIXA DE GAZA É UM ESCÂNDALO

 Assisti, chocado, uma multidão de palestinos esfomeados avançarem sobre o comboio de caminhões que transportava alimentos para serem distribuídos. As tropas israelenses presentes atiraram, morrendo ao menos uns 110. Outros foram pisoteados, outros ainda atropelados.  O cerco aos palestinos tornou-se um martírio, um verdadeiro genocídio. É preciso encontrar saída para este assassinato a céu aberto. Para que serve a Torá, diante disso tudo!!!! Deus não é de guerra mas é amor. Todos somos irmãos!!!!!

São Paulo, um canteiro de obras

 Pode ser a eleição municipal deste ano. Bem sabemos que muitos governantes fazem obras em período eleitoral para gerar imagem de realizador. No entanto, olhando de cima, acredito que o governo federal é o grande responsável por este boom. De minha parte, está jogada de marketing não engana; vou pelo conjunto da obra, e principalmente se o governante escutou os clamores da população.  Este não é o caso do prefeito atual, um tal Nunes. O ex presidente, notório radical de direita, o apoia, contra Boulos, que conta com apoio de Lula.  Correndo por fora, temos Tábata Amaral, de centro esquerda, buscando atrair setores da direita democrática.  Como em eleição existe sempre o fator imponderável, creio que ainda muita água vai correr. Aguardemos e analisemos...

REMINISCÊNCIAS

Quando ele se foi  foi também   grande parte  da memória  de seu passado. Fiquei  com a menor  parte . Guardei-a  como  legado. Quem me suceder,  ficará  também  com um pouco de mim. Assim,  a distância  do tempo  irá  diminuindo  a lembrança,  até esquecer  por completo  os entes queridos.  Quem se lembrará  dos grandes encontros, quando a mesa era farta e a conversa corria solta? Como a festa já era  a preparação! Quando um chegava,  que recepção! Ai, o tempo  já se vai longe,  e guardo comigo  uma saudade  dos encontros.  Recordo e alegro-me, alegria triste. Hoje  já não estão aqui  para festejarmos  a vida. Volta tempo volta, porque a festa precisa continuar.

VOU QUE VOU

  Náufrago da verdade  encontro ilhas  de solidão,   exilado voluntário  das quimeras  cotidianas,   insanas... Percorro terrenos  já explorados,  regatos ocultos  onde insepulto  encontro guarita,  grita... Retomo  redoma  em coma. Observo   preservo,  universo  perverso. Sigo...

QUARTAS DE CINZAS

  Há dias  em que  os paulistanos saem de luto.  São quartas feiras  e o Sol esconde-se  em nuvens cinzas. Fazem  seu degredo  profissional,  lixo das calçadas,  olhares frios,  voltados ao chão,  petrificados, técnicos .   Seguem. Dias descontados  dos salários,  funcionários  de si mesmos.  Vestem preto,  tudo preto  desfigurado preto. Dias de luto  mortes diárias  escombros de vida. Dias obrigados  desalmados.

NOTURNO

  Teu  corpo frio  atravessa a noite.   Indiferencas  e ânsias  chocam-se  diante do altar. Respeito  aparente  viagem  solitária. Teu lado oculto  de dormir  desperta  grilos vorazes. Ignoras  quão íngreme  montanha  escalo  a cada noite? Viajo  a antigas plagas,  versos impróprios, solto impropérios  para encontrar  o regato perdido onde desejos  misturam-se  a pecados. Perco-me em tempo e espaço... Solte os freios  da escura noite,  lembre-se,  ninguém  ouve  os murmúrios  degredados  nas cobertas. Desperta, amor de tua solidão... Venha banhar-se  na mansidão   dos corpos antes  que amanheça,  tudo desapareça... Todos dormem... Lembre-se  a aurora  está  prestes  a apagar  os versos  deixados  onde possas  me encontrar...

CONJUNTURA

  Preciso de você  ao meu lado... Corre! Estão lançando  palavras soltas  de contextos, muitos se perdem. Fique junto de mim Repetem mantras  ensandecidos,  como se fossem donos da verdade. Venha mostrar-lhes  como somos frágeis  por trás dos gritos, como precisamos  uns dos outros.  Não entendem  a força  e a fraqueza. São duros! Vem Ainda é tempo  para retomar  a paz acreditar  em outro mundo.

Busca Noturna

  Silêncio.  Não diga nada. Deixe que os pensamentos repousem. Muitos ficam martelando, outros passeiam, a maior parte ajuda  a nos dispersar  de um encontro elevado. Observe  sua incapacidade  de varrer o entulho diário  nas noites silenciosas. Abra a percepção interior. Muitos não conseguem.  Estão  por demais  presos ao mundo. Não se preocupe. A graça, se tiver de vir, virá.  Procure entender  a linguagem de Deus,  muito superiora à nossa. Ele afaga se mostra presente... responde suas indagações... Está em todos os momentos contigo, sem impedir tua livre decisão  de agir ou omitir. De preferência,   guarde às  noites para Ele  e principalmente para você. Com o tempo irá descobrindo  que tudo o que você é e  faz  passa por este tênue fio  de oração.  Reserve um tempo para Ele,  guarde silêncio.  Não é mais  um terreno  da filosofia,  mas o da fé.   Toda a racionalidade  vai por terra  nesta experiência.  Poucos põem  a cabeça à prêmio  ao contar este mistério.  O mundo nega  sempre a

ODE A SÃO JOÃO DA CRUZ

  É preciso perder para ganhar É preciso ganhar para perder. É preciso sofrer  para ser feliz,  é preciso ser feliz  para sofrer. É preciso ser intempestivo  para ser calmo.  É preciso ser calmo  para ser intempestivo. É preciso ser são,  para ser enfermo.  É preciso ser enfermo  para ser são. É preciso ser oprimido  para ser livre,  é preciso ser livre  para ser oprimido. É preciso nada  para ser tudo  é preciso tudo  para ser nada.. Ser nada de nada é ser tudo de tudo Quem não vê  esta relação  não compreende  a outra condição.  Ambas pertencem  à condição humana,  completam  e superam,  em nova  dicotomia.

PEQUENA PRECE MATINAL

  Faço uma prece  por cada um  cada uma. Prece singela.  Que tenham saúde  emprego  possam amar  e serem amados. Que o país ofereça  condicoes para isso. Que o Espírito fraterno  e amigo  esteja progressivamente  superando as  deficiências  do Estado. Que sorrisos sejam  a marca do povo,  não lágrimas.  Prece dentro da prece,  para que ela aconteça,  não esmoreça. Prece de um mundo novo,  sem guerras  opressão,  de realização  dos potenciais individuais. E também  as pequenas preces:  pelo dia melhor,  pelo amanhã dos filhos. Sempre cabe lugar  às preces. Deus aguarda  o contato  examina os corações   quão sinceros são,  nunca deixa de dar  seu sinal,  para o bom  entendedor. Basta abrir o coração

DISTRAÍDO

  Envelheci  antes do tempo. Pensava ser  ainda jovem,  agir como jovem. Ninguém me entendeu;  melhor, não me entendi. Aquela juventude  teimava em continuar,  dava corda... O tempo foi passando... Envelheci mais ainda. Paradoxalmente continuei me vendo jovem. É duro  para um velho  ser velho... É fácil para os jovens  nos ver mais velhos  que nossa velhice.  Carrego um jovem  na velhice,  jovens enxergam  velhos  em sua juventude. Aí, tempo tão rápido! Não deixamos  para trás,  adaptamos,  essa juventude desgastada...

DEIXEM AS NOITES EM PAZ

 Deixem as noites para mim. Deixem em paz  o por do Sol. Deixem-no deitar-se. seu calor extenuante abrasou mentes despertou deuses. É preciso refrescar-se  da aridez da vida no conforto do amor. Este é o despertar... noturno soturno indiferente independente. Escolhe as noites quando os tiranos dormem e as sedas são rasgadas de sua flacidez. Quando o amor se assenhora descobre o poder transparente da verdade e goza...como goza. Deixem a noite para mim... as palavras vem gratuitas afloram como virgens pelos campos em busca do amado. Deixe deslizar  meus dedos braços corpo inteiro neste tinteiro papel de vida.

ESTOU PROCURANDO O AMOR

 ESTOU PROCURANDO O AMOR Estou procurando o amor... Alguém pode ajudar-me a encontrá-lo? Olho as pessoas, e não o vejo.  Observo bem as feições, expressões das faces, gestos, e não encontro. Saio pelas ruas e só tem pessoas voltadas a si mesmas, com seus problemas.  Passam ao meu lado, e não me percebem... Sou um estranho. Como os problemas ocupam as mentes! No ônibus quando entro,  examinam-me se vou sentar perto, ou ocupar mais outro espaço. Veem-me com desdém, talvez repulsa. Não sabem que poderiam resolver todos os seu problemas... Na padaria recebem-me bem...porque irei consumir.  Não sou eu, é o consumidor que os agrada. Eu estou sempre escondido por traz da dureza humana.  Desaparecido Fosse um cachorrinho, e estaria à tona. Persigo incessante  viagem de busca, pelos campos e cidades, pelo interior humano, quem sabe o encontre... Se souberem  me avisem, porque preciso dizer-lhe da urgência e da paciência, do diálogo é da esperança, da festa preparada... Estão mortos, esperando-o

O CANTO

  A sujeira embaixo do tapete... O que os olhos não veem o coração não sente. O sistema não dá um ponto sem nó, amarração que impede o desmanche. o canto o nó a sujeira escondida o doente o faminto o esquecido o desprezado. Percorro largos espaços... A vida é bela! diz o burguês. Sobram. os cantos, pequenos espaços. São sempre expulsos dos cantos, versáteis eremitas Ninguém os quer... Vão de canto em canto. Amontoam-se entre cães mortalhas sonhos pesadelos. Disputam o nada preces elevadas sem passado sem presente sem futuro sem lugar. O canto é o centro, a verdade desnudada.