Pular para o conteúdo principal

REMINISCÊNCIAS



Quando ele se foi 
foi também  
grande parte 
da memória 
de seu passado.

Fiquei 
com a menor 
parte .

Guardei-a 
como  legado.

Quem me suceder, 
ficará  também 
com um pouco
de mim.

Assim, 
a distância 
do tempo 
irá  diminuindo 
a lembrança, 
até esquecer 
por completo 
os entes queridos. 

Quem se lembrará 
dos grandes encontros,
quando a mesa era farta
e a conversa corria solta?

Como a festa já era 
a preparação!

Quando um chegava, 
que recepção!

Ai, o tempo 
já se vai longe, 
e guardo comigo 
uma saudade 
dos encontros. 

Recordo e alegro-me,
alegria triste.

Hoje 
já não estão aqui 
para festejarmos 
a vida.

Volta tempo volta,
porque a festa
precisa continuar.

Comentários

Regina Flávia disse…
Que belo e tocante poema! Diz muito de mim e dos meus sentimentos também. A sensibilidade e o amor - amor num mais amplo sentido -, estão em todos os seus poemas. Encantam-me e fazem-me refletir sobre a vida. São lindos!
É a sua sensibilidade que realça a poesia
Anônimo disse…
Que coisa linda João Paulo!
É Rafael. É Ângelo!
Muita saudade que fica no pó das estradas que nosso coração jamais vai esquecer, na espera do encontro outra vez.
Ressurgiremos todos um dia, juntos.

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...