Pular para o conteúdo principal

ESTOU PROCURANDO O AMOR

 ESTOU PROCURANDO O AMOR


Estou procurando o amor...


Alguém pode ajudar-me a encontrá-lo?


Olho as pessoas, e não o vejo. 


Observo bem as feições, expressões das faces, gestos, e não encontro.


Saio pelas ruas e só tem pessoas voltadas a si mesmas, com seus problemas. 


Passam ao meu lado, e não me percebem...


Sou um estranho.


Como os problemas ocupam as mentes!


No ônibus quando entro,  examinam-me se vou sentar perto, ou ocupar mais outro espaço.


Veem-me com desdém, talvez repulsa.


Não sabem que poderiam resolver todos os seu problemas...


Na padaria recebem-me bem...porque irei consumir. 


Não sou eu, é o consumidor que os agrada.


Eu estou sempre escondido por traz da dureza humana. 


Desaparecido


Fosse um cachorrinho, e estaria à tona.


Persigo incessante  viagem de busca, pelos campos e cidades, pelo interior humano, quem sabe o encontre...


Se souberem  me avisem, porque preciso dizer-lhe da urgência e da paciência, do diálogo é da esperança, da festa preparada...


Estão mortos, esperando-o também .


Ele é quem os aviva.


Ah sim, em casa.


Mas aí não vale. 


O amor fechado em quatro paredes é um prisioneiro da humanidade.


Preciso ampliar, ir à todos e todas.


Tenho procurado o amor esta minha vida inteira.  


As vezes  choro às noites de mágoa por tudo isso, mas continuo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod