QUARTAS DE CINZAS

 


Há dias 

em que 

os paulistanos

saem de luto. 


São quartas feiras 

e o Sol esconde-se 

em nuvens cinzas.


Fazem 

seu degredo 

profissional, 

lixo das calçadas, 

olhares frios, 

voltados ao chão, 

petrificados,

técnicos .  


Seguem.


Dias descontados 

dos salários, 

funcionários 

de si mesmos. 


Vestem preto, 

tudo preto 

desfigurado preto.


Dias de luto 

mortes diárias 

escombros de vida.


Dias obrigados 

desalmados.

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