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Mostrando postagens de janeiro, 2024

EXÍLIO

Os que desaparecem  obrigam voos longínquos  terras por desbravar. Despedem-se  da memória,  sonhos repetidos,  levantam velas  adernam. Deixam atônita saudade  repetem tristes mantras. Tenho também  algo desaparecido esperando  por ser descoberto. intervalo das dores silêncios desatentos... Despercebido . vasculho sombras outonais, nada encontro.

AINDA CAEM LÁGRIMAS

Ainda caem lágrimas em mim, nunca param. Não me dou conta de sua razão de ser somatória rejeitada, Vem de longos tempos, voos extemporâneos, quando o Sol deitava-se junto a Lua, produziam sombra e luz. Vem de caminhos labirínticos, permanecem latejando na mente, perdem-se ... Vem da descoberta da Verdade, põem a nu espectro do passado. Derramo lágrimas profundas, com o tempo vão esmaecendo auto perdão... Descubro-as, hoje, nas pequenas gotas de lágrimas, que ainda caem por dentro, lembrando-me dos erros...

PERDIDO NO TEMPO

  As amizades são diversificadas, ficam no tempo, formadas no convívio, distantes... São tecidas inconscientemente em pontos de sorrisos, palavras, ações conjuntas. Vão sendo descobertas tardiamente de seus significados, riqueza dos momentos . Vão deixando rastros por onde passam, onde possam ser reencontradas, o tempo apaga. Possuem misteriosa presença ainda que longínqua; nunca se ausentam. Continuam divertindo a memória, geram saudade. Lembro os inocentes os experientes, os próximos, distantes, também os ausentes, ali presentes. Quando os encontro além daquele tempo de alegria antiga, há uma solenidade da idade, que sobrepõe-se, sorrateira, na beira da tristeza, por trás das formalidades... São de todo tipo, a elas me amoldo, submeto, concordo, principio primal da convivência. Lembro, por fim um amigo maior, amado, sempre presente. Desvenda minha totalidade sem questionar, espera atitudes. Seu nome é um verbo. Ama-me, eu que pouco o amo. Ele sou eu. Eu sou Ele.

CAMINHO

  O lápis sulca  um cânion, rio de tinta  percorre leito  de letras... Serpenteia trevas, deixa esquecidos regaços  de esperanças,  corredeiras abruptas, silêncios,  desaba em cachoeiras, descobertas, realiza-se. Observa cada passagem investiga as origens, continua... Atinge a foz  do pensamento. Nasce a consciência.  Nasce permanentemente. Oceano de horizontes e poentes  tempestades e calmarias,  novidades e tradições,  encontros e solidão, busca indefinida, errante. Atinge a fé,  perde-se no nós. Permanente confronto alinha desfaz  consciência  transcendência. Vive...

BALANÇO

  O dia em que  o fim chegar,  olharei para trás,  e fazer  um grande  balanço geral. Certamente será desproporcional,  pendendo mais  para erros  muitos irrecuperáveis,  que acertos,  pesam ainda hoje . Depositarei  diante do altar  da Vida,   o que lembrar,  mais o principal:  onde cheguei,  o que sou agora. Trarei no bojo agradecimentos  a todos e todas  por esta  bela caminhada.    Compreenderei  finalmente:  não está  em riquezas  posições,  vaidades  prazeres, a alegria da vida mas em pequenos gestos,   dos encontros,  amizades passeios, o silêncio noturno,  prévia da eternidade. Uma grandiosa  gratidão ao Criador  estará em meu coração,  ao meu querido Jesus,  por me acompanhar  nas tempestades, no lodo. Direi ao meu amor  meu muito muito  muito obrigado  por companhia  tão longa tantas descobertas diárias . Olho com alegria  este derradeiro dia,   com despedidas,  mas muito mais  encontros. Deixo  antecipada...  não sei  quando virá,  quiçá   um até breve, não sei  quem irá ant

TEM SENTIDO?

  Tudo tem  sentido mesmo  sem sentido. Tudo conspira  para algo maior tece teias desconhecidas descobertas tardias nunca o agora. Nada não existe. A existência  não contém  inexistência. Há sim, superfícies rasas, arrastam-se pela vida,  distraídas.  Quem sabe o sentido seja  busca por tesouros,  aguardam despertares. Eu mesmo  escavo agora não sei  onde chegar. Também... tudo segue  assim assim lento nem me importo  mais onde vai dar

INSONIA ESTRUTURAL

  As noites  são inúteis,  dormir  é desperdício . Reluto  em entregar  os olhos  ao cansaço, resisto. Todos dormem menos eu, sonâmbulo  de um mundo  novo  que não vem. Faço os cálculos,  equações da vida, não fecham... Um domínio poderoso varre  os quatro cantos Não há  em sã  consciência  como dormir... Tudo grita reverbera na cabeça  lamentos  clamores  de toda  ordem seculares milenares. Quando não,  são beijos espremidos no afã de  superar-se no outro na outra, o desamor  do dia. Velo  vigília  eterna, terna insônia  estrutural.

VIGÍLIA DE MIM

  Um galo canta ao longe... a vela do oratório  chama que vela segue sonhos  além da capacidade  humana.  Um sonoro silêncio  expõe limites  represa soluções,  clama por atitudes. Não ouvem  a voz do vento... Não sentem  mais aromas,  perdem-se  nos desertos tornam-se áridos... Amar sobrevive  em servir, labirinto  de saídas  ocultas. Não conhecem, recitam  mantras  mortos fingidos, enganam... Aguardo  o nascer  do dia... o porvir, tempo  propício.  Quem sabe  os montes  se aplainem,  descubram o Sol  entre os escombros das classes. Quem sabe os lírios  vençam fanatismos  fundamentalismos... espreitam muitos convencem multidões. A noite já vai alta. Alcança a dobra  do sono,  despertar Lusco fusco  de anjos  em sua miríade  de missões rápidas vozes. Vigia de mim. observo  quem vem, mal vejo, grita distante, mal ouço. Aguardo  o nascer  do dia o porvir,  tempo  propício. Quem sabe reúna esperanças afague do dia, e sorrisos  interpretem a surpresa constante da realidade

MORNO

  Quando o dia cai caio junto. O que ajunto se ajunto O que agrego faço, se desfaz desagrega. Sina que ensina escuro que  se aproxima,  escurece a esperança  de ser claro refina. E o mundo desaba  no silêncio do  agora, saber ser útil  entender hiatos sequências  consequências. Vivo porque vivo Canto porque canto Verso / letra morta... me inspiro / expiro   Convivo  com estruturas Respeitosamente aprisionado. Encontro canais  esquecidos  onde esconder  a verdade  estações  perdidas longínquas. Perco-me  na noite  do nada nem lágrimas  nem sorrisos

OBSERVACOES ÍNTIMAS

As expressões... dizem diretamente  ao coração. O Sol não sorri mas desperta. A Lua não se enamora mas inspira. tudo modula  as sensações  de quem vê. A queda está antes,  na face,  que no chão. Miserável a ausência  de esperança sorriso... doe  em quem observa, quanto mais naquele que sofre se vê só. Os gritos calados dizem muito dos que sofrem. Para estes nunca haverão manchetes. São os esquecidos dos esquecidos dos esquecidos. É preciso animar os mortos! Ressuscitá-los! Ajudá-los  a se redescobrirem primeiro como gente, depois, caminhar seguro. Busco razões para justificar meu hoje. desafios pessoais rompimentos de paradigmas solidariedade fraterna amorosa, busca da verdade coerência posicionamento... oração diante da incapacidade, porquê não? a lista é grande interminável. Não se joga  a vida fora gratuitamente. Não estamos aqui para lermos  os noticiários permanentemente, assistirmos novelas intermináveis comermos bebermos divertir-nos. É muito mais! Afundamos  sempre que caímos.

BOMBA EM GAZA?

  Bombas caem em Gaza... Impotente  diante da morte de inocentes, mal ando três quarteirões(?), mal respondo  pelos que sofrem  nesta pequena rota... O poder está distante esconde-se  das opiniões  age por conta própria  dos poderosos. Emprestam o nome  de democracia  aos que observam,  como eu, para que pensem  fazer parte  de um todo  um nada  uma farsa. Fecho-me na liberdade dos meus aposentos, busco saídas... Muitos falam por mim eu, que não falo. Assisto TV divirto-me entristeço revolto-me, solidão social  política  partidária... O refúgio  está além  da razão, aloja-se na subjetividade, interface da loucura  da espiritualidade  e a realidade cruel,  terreno de solidões,  cismas não declarados,  linguagem cardíaca.

DEVIR

  Quando chegar o tempo da colheita desperte sonhos nos olhos vazios. Lembre do mar lambendo a areia afã de avançar e recuar, esforço permanente sob os limites dos pés, ou quando as folhas despencarem frágeis dos fortes galhos saudosas das raízes, frutos amadurecem o fim dos tempos. Galhos sustentam, folhas caem permanentes adubam raízes, acontecimentos espraiam ondas sabores novosc frutos desconhecidos.

INCOMPREENDIDO

  Não quero ser compreendido! Nem mesmo eu me entendo? Há mais sabor em ser incompreendido... inodoro é compreender. Impossível compreender; uma incompreensão, envolve limites da racionalidade, aporias.... Preocupa-me os que facilmente aceitam os fatos como estão. Tudo tão claro! Falta percepção, espírito crítico. . Assim vou, de incompreensão em incompreensão. Também, não precisam compreender o que quero explicar... Deixemos como está.

TRANSITORIEDADE

  Que a morte não seja surpresa a pegar distraída a presa. Caminha escondida à vida, sombra permanente de poente. Alegra-se com as flores perfumadas, pisa a terra onde vive passo a passo, cadafalso de caminhadas inúteis. Uma névoa permanente sussurra na gente, que não quer ver. Mantém prontidão diante da distração, em que repousa a rotina. Faz chacota dos projetos, amiga das consciências profundas. Morte sorrateira! Brada companheira!

NOITE & DIA

  Quando a manhã despedir-se da noite voltaremos a nos desconhecer esquecendo-nos dos beijos entremeados, palavras extintas. Quando o Sol assenhorear-se sobre todos e tudo, e a realidade da sobrevivência impuser-se como mandamento, talvez o sonho seja a memória da noite, campo dos prazeres esquecidos lagos que aprisionam a paz. O calor endurece a tez endurecida, juras sussurradas confissões.... O dia arrefece, caminha sério com a razão. Não se entendem, não se confraternizam... Dia e noite... Noite e dia... Todas as re

UM INSTANTE

Só mais um instante... te ligo em seguida. Preciso resolver  uma situação complicada mas retorno  logo. É urgente? Me desculpe estou meio corrido. Não faço ideia do tempo que levarei. Podemos marcar uma conversa para outra hora? Vou ver meu tempo. Te ligo depois deixando um recado. Ando tão cheio  de tudo pra fazer...  

O QUE FAZER COM 2024.

 Não consigo pensar isolado mais. O planeta ficou pequeno e muitas as responsabilidades que se colocam, a ponto de, a priori, sentirmos uma impotência.  Cresce o fascismo no mundo, aumentam os lugares onde as guerras de espalham,  aumentam as possibilidades de novas epidemias,  vemos mudanças ambientais, não mais como possibilidade, mas realidade.  É neste quadro que estamos inseridos. Qual a saída? Ignorar... Fingir que não temos nada com isso? Ou buscar enfrentar tudo, apesar das imensas dificuldades? Fazer sua parte, em algum projeto específico? Qual a saída? Além disso, devemos considerar as distâncias entre nossas intenções e a realidade concreta, que muitas vezes nos faz reproduzir aquilo contra a qual lutamos, que em psicologia chamamos de dissonância cognitiva. Lutamos contra nós mesmos e contra tudo. Mas há luz no fim do túnel.  Há um novo homem e uma nova mulher lá no final do túnel.  Somos a solução para nós mesmos. Você crê assim também?

DESABAFO POÉTICO

  Queria tempo  para escrever,  mas os afazeres diários? Tenho um poema  recitando na mente,  mas os jornais  jorram sangue e fome. Dissertar  o amor,  em meio  a tantos crimes  perde a radiância. Há tempo para tudo  e tempo para nada. Como desejaria  caminhar sentar  num banco de praça  observar  e escrever,  mas estamos sempre sendo solicitados. Desejaria passar tempos  incontáveis  juntando palavras  a pensamentos  e voar.  Como me faz sofrer  ter o que escrever  e não fazer. Quantos poemas  perderam o Time dissolveram-se no Sol. Resta a noite   ao poeta dormir geral... Resta levantar-me  em silêncio  acostumar-me à escuridão  e pescar poemas.