VIGÍLIA DE MIM

 


Um galo canta ao longe...

a vela do oratório 

chama que vela

segue sonhos 

além da capacidade 

humana. 


Um sonoro silêncio 

expõe limites 

represa soluções, 

clama por atitudes.


Não ouvem 

a voz do vento...


Não sentem 

mais aromas, 

perdem-se 

nos desertos

tornam-se áridos...


Amar sobrevive 

em servir,

labirinto 

de saídas 

ocultas.


Não conhecem,

recitam 

mantras 

mortos

fingidos,

enganam...


Aguardo 

o nascer 

do dia...

o porvir,

tempo 

propício. 


Quem sabe 

os montes 

se aplainem, 

descubram o Sol 

entre os escombros

das classes.


Quem sabe os lírios 

vençam fanatismos 

fundamentalismos...

espreitam muitos

convencem multidões.


A noite já vai alta.


Alcança a dobra 

do sono, 

despertar

Lusco fusco 

de anjos 

em sua miríade 

de missões

rápidas vozes.


Vigia de mim.

observo 

quem vem,

mal vejo,

grita distante,

mal ouço.


Aguardo 

o nascer 

do dia

o porvir, 

tempo 

propício.


Quem sabe

reúna esperanças

afague do dia,

e sorrisos 

interpretem

a surpresa

constante

da realidade

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