DESABAFO POÉTICO

 


Queria tempo 

para escrever, 

mas os afazeres diários?


Tenho um poema 

recitando na mente, 

mas os jornais 

jorram sangue e fome.


Dissertar 

o amor, 

em meio 

a tantos crimes 

perde a radiância.


Há tempo para tudo 

e tempo para nada.


Como desejaria 

caminhar

sentar 

num banco de praça 

observar  e escrever, 

mas estamos sempre

sendo solicitados.


Desejaria

passar tempos 

incontáveis 

juntando palavras 

a pensamentos 

e voar. 


Como me faz sofrer 

ter o que escrever 

e não fazer.


Quantos poemas 

perderam o Time

dissolveram-se

no Sol.


Resta a noite  

ao poeta

dormir geral...


Resta levantar-me 

em silêncio 

acostumar-me à escuridão 

e pescar poemas.

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