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Mostrando postagens de março, 2024

O SENTIDO ÚLTIMO

 Conhecer sempre, mas a vida fornece tempo suficiente para quem quiser encontrar o sentido para ela. Grande parte das pessoas desperdiça seu tempo em atividades inúteis, que não levam a nada. Outra parte são os que têm medo de arriscar. Ora, se você não crê em Deus, vá fundo neste questionamento; mas, se você crê,  você tem a obrigação de explorar tudo o que pode para chegar a Deus. Ousar e ousar. Aproximar até amedrontar. Ter uma experiência com Deus. E aí o conhecimento fica para trás.  Não temerá nada nem ninguém se verdadeiramentecvice alcançar uma unidade íntima com Deus. Vai te lançar luzes para tudo o que você faz. Mudar você completamente.  Pronto! Chegou ao encontro do sentido da vida. 

SUBSISTE

 Uma fina angústia  subsiste,  quase imperceptível sob o mar calmo. Irrevelável, acompanha  o cotidiano sem interferir, macular cada ato cada gesto. Faz-se que não está... Tem perguntas ainda não formuladas, diante da despreocupada existência, que não pergunta Quantos meses são necessários até as orquídeas florirem, de galhos e raízes abraçados? Quanto tempo  até serem apreciadas? Quando a Humanidade desvendará a cristalina transparência das fontes, responsável dos grandes rios? Angústia oculta no olhar dos olhos no temer das palavras,  em trocá-las livremente. Angústia que interpela, silenciosa, a existência em tudo o que faz, incógnita. A subconsciência  da transitoriedade? Muitos olhos até vê-la! Não se desnuda... Uma fina angústia  subsiste,  quase imperceptível sob o mar calmo.

É POSSÍVEL DEFENDER A PAZ EM UM MUNDO QUE VIVE A GUERRA?

 A guerra da Ucrânia  está ceifando milhares de soldados, principalmente ucranianos. mas também russos, sem contar civis. Já devem ter morrido mais de 600.000 pessoas na Guerra da Ucrânia Em Gaza, mais de 30.000 civis mortos, principalmente mulheres e crianças. A indústria da morte precisa vender canhões e todo tipo de armas, cada vez mais sofisticadas. Dizem que a paz só pode ser obtida no campo de batalha, quando uma das partes sucumbir ou render-se. É PRECISO DAR UM BASTA  A VISÃO PRIMITIVA E BESTIAL DE JUSTIFICAR A GUERRA. A paz começa em cada um.  A paz pressupõe diálogo. O diálogo é um aprendizado diário Não se dá com o ódio. É preciso coragem para trabalhar pela paz, neste mundo que se enrique com a guerra.

RELAÇÃO

 A gente vai se conhecendo  se distanciando  Véu que se abre e põe a nu Quebra disfarces Revela. Depois? Novas e eternas investidas  Sempre mais íngremes. Desistimos,  Continuamos,  Não se esgota nunca.  ...conhecendo distanciando. 

Amanhecer

 O amanhecer  é um permanente alento,  descobre-me das cobertas  do mundo  expõe a vida  como novidade, agradável desafio. Nunca me canso  de amanhecer,  rotação de mim,  coleirinha voando raso  nos imensos gramados. Se levanto os olhos,  sou invadido  pelo um azul suave  que antecede o Sol,  despedida da noite,  véspera da dura realidade,  a exigir  trabalho, esforço  e dor  prevalecerem  como verdade. Mas onde ela está?  Noite escura de mim,  de São João da Cruz,  que esconde o dia e sofre? Dia claro de mim,  que escondo-me dos maus  e sonho?

O DIA EM QUE ELA NÃO ACORDOU

 Um dia ela não despertou.  Sempre acordara às  07H00 com seu habitual espreguiçar, mas logo levantando-se.  Não tinha o hábito de permanecer na cama.  Era um dia comum, quando tudo segue o seu rumo natural. Havia um café para preparar, uma mesa para arrumar, um beijo de bom dia para dar. Neste dia, o café ficou por fazer, a mesa por arrumar, o beijo por  dar. Ficou um hábito. Sentiram a ausência do café, da mesa arrumada... O beijo era mais um dos costumes, de forma que também sentiram falta. Não importava tanto se a manhã viria cinzenta ou com Sol brilhante, se as pessoas sairíam à rua cruzando umas com as outras. Pouco importava  o que ela diria de si mesma, de como se sentia naquela manhã. Se as dores que a incomodavam lhe permitira dormir bem, ou revirara-se na cama noite a dentro até dormir pesado. Não! Importava saber porque a mesa continuava desarrumada, porque o café não tinha sido feito...porque não beijara. O beijo talvez fosse o elo perdido entre a tradição e o novo. Mas se

O Brasil na Sexta Santa

 Por aqui, na terra de Santa Cruz, de onde veio o  imaginário de Cabral, Cristo continua sendo crucificado. Está nos moradores em condição de rua.  Não lhes sobra outra alternativa que viver diretamente diante do Sol e da Lua, dos ventos e das chuvas, em escolher algum lugar seguro para dormir, alguma forma de comer e outra para passar o dia. Em ver como são rejeitados por todos que passam por eles. Estes são o Cristo crucificado do Brasil. Rezam os católicos nas igrejas, mas poderiam encontrá-lo nas praças públicas, ou algum local onde lhes permitam ficar por algum tempo. Que Jesus nos perdoe de nossa ignorância e cegueira e abra nossos olhos para Ele abandonado.

VAMOS DAR UM TEMPO

Vamos dar um tempo para que pensem,  porque irritam-se com frequência. Querem deixar tudo como está. Odeiam alguém vir com ideias novas esperando ouvir suas opiniões. Odeiam! Preferem ser esquecidos observando  calmarias e tempestades indiferentes. No máximo refletir  a opinião pública que sempre justifica continuar tudo como está. De outra forma, atacam  quando remexem a lama. Se ouvimos, ressoa  uma mediana que ataca aqui e esquece dali. Vamos dar um tempo para que pensem,  porque irritam-se com frequência.

TREGUA

  Em meu coração não há guerra. Ela está do lado de fora. Não tem ódio; também está do lado de fora. Meu coração é um ancoradouro, repouso de mim. Meu coração não tem valores, apenas alegra-se, entristece. Não é dado a holofotes, gosta das palavras simples, particulares, ao pé do ouvido. Meu coração observa o mundo sem teoria, guarda uma tristeza e uma esperança. Curtir Comentar Compartilhar

APARATO COMPLEXO

APARATO COMPLEXO Minha língua namora  sereias que se exibem  nas rochas. Cantam as profundezas  inexploradas, Convidam a uma  morte doce. Os olhos rastreiam  anjos no infinito,  descrêem da realidade. Sonham como cegos  diante de manjares,  indiferentes. Os ouvidos  peneram peixinhos vermelhos, escapam por  palavras estranhas, preferem outras histórias.   Os pés carimbam  areias úmidas  formalizam o caminho, preferem a seguranca. A boca balbucia baixo  quase muda longe das posições,  envergonhada do  silêncio.   As mãos exploram  livres da razão,  tateiam hostis  todos os tipos  de formas. Descobrem -se  independentes, revoltam-se. Difícil combinação,  complexo aparato  multiforme pleno de mistérios.  

GOTA SERENA

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ESCONDIDO DE MIM

  Existe alguém escondido em mim. Não fala, não dialoga diretamente, não interfere no dia a dia não está no plano racional da linguagem, mas em outro, quiçá outros, superiores. Tem a capacidade de me ajudar a compreender os passos, eu que ando ermo. Não define direções, mas leva a considerar a importância ou não do que faço. Ele é puro, eu pecador. Deste encontro concluo não estar sozinho em mim, mas habitado por outro alguém, que não conheço, desfaleço de tanto procurar, porque minhas trevas são imensas perco-me nelas.

Escondido de todos

 Vou guardar a memória  de meus fracassos,  porque os escondo tanto  que os esqueço. Guardar-me  dos defeitos mais vis enquanto elogiam. Finjo não saber de mim. Às noites o vento de outono sopra em meus ouvidos algo profano como se eu,  ainda exalasse mal. Remexo incômodo consciente  das fraquezas que acompanham. Despeço o sono desperto desejos sórdidos fraco que sou. Desta refrega íntima saio enfraquecido  de crenças e valores. Assim  sigo atento  às idas e vindas, sabedor da imperfeição inerente parente. Vem o dia, Ah...vem! que hei  de prestar contas  de tudo, contudo mudo não terei  como ser perdoado, restando apenas condenação. Por isso espero desejo quero o perdão sincero a compreensão do imperfeito.

O PAJÉ E AS DROGAS

Entre as atividades que atuo em Ubatuba, a mais significativa é a de manter um relacionamento presente e contato com o povo em situação de rua.  Comecei aos poucos, movido por uma leitura de Mateus 7, 24; "Todo aquele que escuta minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa na rocha". Converso muito sobre os textos bíblicos mas pratico pouco. Bem, já estou nesta caminhada há alguns anos. Além das visitas, levo também comida, remédios e curativos, quando precisam. Acostumamos, eu e Meg a fornecer refeições em maior quantidade, quando do Natal e da Páscoa. Conheci o Alemão, o Mutuca, o Pajé, Luiz Antônio, mulheres e homens. Até aos cães que eles criam trago, de vez em quando alguma ração. O Pior é ver a pessoa cair, em vez de superar-se. o Pajé, foi um gerente de restaurante, que chegou de carro na cidade e aqui foi largando tudo. O álcool era diário, as com o tempo as drogas mais pesadas foram fazendo parte do seu cardápio. Já escrevi

POMAR DE LETRAS

Prezados acabo de encaminhar o material do meu sexto livro de poemas, o POMAR DE LETRAS para edição. Ele foi feito após o furação que sacudiu minha vida com a partida de meu querido filho Rafael Fernandes. O corpo já não responde de imediato os movimentos, mas a mente voa solta.  Então faço este convite. O livro POMAR DE LETRAS, editado pela Scortecci, será lançado na Bienal do Livro este ano.  Tem uma forma renovada de expressão, que penso agradará. Devo avisá-los quando estivermos perto da data Conto com a presença de vocês.  Até mais.

A INTENTONA NAZIFASCISTA DE 2023 E O FUNDAMENTISMO NEOPENTECOSTAL BRASILEIRO. (Parte 2)

  Afirmamos na primeira parte o divórcio entre a pregação dos pastores/padres e os evangelhos.  Mas como isto se dá? Como não é percebido pelos fiéis? Como se sujeitam tão facilmente às pregações sem se dar conta que estão num caminho diferente e até contrário? Bem, é preciso ressaltar o caráter pentecostal ou mesmo carismático destes movimentos. Trabalham intensamente os dons do Espírito Santo, e ao mesmo tempo tratam da palavra de Deus nos Evangelhos via palavra dos pastores/padres, segundo a conveniência. de vida. Assim, pode-se através dos dons gerar, por si só, uma dependência na linguagem espiritual, para depois aprisionar as opiniões dos fiéis. O fiel evangélico pentecostal não tem opinião própria, mas a opinião do pastor/padre. Não se faz uma pregação livre onde a verdade possa circular sem medo no meio da comunidade.  Afinal e o próprio Jesus Cristo se diz A VERDADE, como ela pode estar sendo assim aprisionada. Os fiéis evangélicos pentecostais e o movimentos carismáticos cató

MOMENTOS

  Há momentos  em que o Sol  desaparece. Não há horizonte.  A noite  estende-se  por tempos sem fim. Momentos  em que os ratos  saem dos bueiros  entram nas casas. As pessoas dormem,  nada percebem. Uma escuridão  esconde caminhos,  confunde . Prazer pelo mórbido,  escassez da luz. A noite não termina,  gera grande dúvida,  portas se fecham. Surgem salvadores  do nada,  para nada. Acreditam nas farsas. Há momentos  em que o Sol  desaparece  e a noite  se estende por tempos sem fim. Perdura.

DEIXO

  Deixo  um abraço  o embaraço,  passo. Deixo  um beijo o desejo, ensejo. Deixo  um caminho o ninho, vinho. Deixo  um momento o segmento, ungüento  Deixo  uma face o enlace,  dIsfarce. Deixo  um fim o confim, enfim. Deixo  uma cartilha a partilha, matilha. Deixo  uma partida a despedida, querida.

DESCAMINHO

  O que levo  não pesa, acumula: olhares  furtivos  palavras guardadas. Tudo está  por trás,  acariacão de mim. Palavras  escondem versos, inversos Se falam escondem Se calam emergem Desfalece

ERRANTES CAMINHOS

  O livro  provoca  troca, inversa pororoca. Metástase  literária de vida e sonho   criativa afetiva Gera corações canções  paixões. Descansa mansa esperança    Livro abrigo ambíguo  certezas  e dúvidas  Errantes caminhos

A INTENTONA NAZIFASCISTA DE 2023 E O FUNDAMENTISMO NEOPENTECOSTAL BRASILEIRO. (Parte 1)

  Aos leitores do PÓ, aproveito a oportunidade para refletir junto a vocês. como se dá o processo de adesão de setores significativos de segmentos evangélicos e também católicos (embora aqui não tenham prevalecido) ao pensamento nazifascista no Brasil, a ponto de colocá-los na frente de uma tentativa de golpe contra a democracia Trata-se de tema amplo e complexo, mas não impossível de ser abordado, e lançar luzes de compreensão, que  permitam ajudar a descrever este processo, incentivando um diálogo teológico, social, e político entre  os leitores. É consenso entre diversos setores de nossa sociedade, desde empresários até setores trabalhistas, o caos sócio econômico que adviria ao país com o golpe, comprometendo o desenvolvimento seguro da economia, e a convivência social.  A convivência democrática de décadas em nosso país, e uma conjuntura internacional momentaneamente favorável também contribuíram para abortar a intentona nazifascista. Seguro também é afirmar que, malgrado o fracas

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

MOMENTOS

  Há momentos  em que o Sol  desaparece. Não há horizonte.  A noite  estende-se  por tempos sem fim. Momentos  em que os ratos  saem dos bueiros  entram nas casas. As pessoas dormem,  não percebem nada. Uma escuridão  esconde caminhos,  confunde . Prazer pelo mórbido,  escassez da luz. A noite não termina,  gera grande dúvida,  portas se fecham. Surgem salvadores  do nada,  para nada. Acreditam nas farsas. Há momentos  em que o Sol  desaparece  e a noite  se estende por tempos sem fim. Perdura.

INCOMPLETOS

  Nunca chego ao ponto encerro antes desenterro depois. Os dias passam aguardam superações nunca terminam Encaro o escrito como a um morto a ser revivido. Está lá,  esperando perfeição ajuste do texto quase pronto antes da forma final. Pouco se cria poucas obras primas. Se continuo  arrependo-me, sobra tão pouco. Se fosse  mais sintético  pouparia palavras para não ferir o senso crítico. Questiono  o que escrevo, insatisfeito. Compreendo  o silêncio do leitor seu respeito ansiedade frustrada, envergonho-me pela imperfeição contínua . Pouco se cria poucas obras primas.

DEIXADO PARA TRÁS

  Estou à busca  de um sonho  deixado  para trás  em algum  lugar, momento  do caminho. Eram tempos difíceis   trabalhava-se muito,  ganhava-se pouco. O vento frio  de inverno  soprava a face,  encantava. Sonho desperto,  diuturno,  acompanhado  de imagens:  fábricas,  casas,  escolas,  na janela  do trem. Mundo imenso  distraindo  a infinita  impotência  anônima.   Os dias eram lentos  as pessoas  não se falavam. Ficou ali,  em algum  balcão de bar,  fugidio  de si mesmo. Ficou ali  Junto a um copo vazio  palavras soltas. Foi embora  para não  mais voltar. Velho sonho  inacessível,  atravessa  séculos,  milênios,  enfermo crônico,  vai e volta. Não sente mais  o que ardia  por dentro,  não sabe  de mais nada. Não sonha mais. Perdeu o sonho.  O tempo  e o poder  venceram Os dias são  lentos  as pessoas  não se falam.

UM E OUTRO

  Sorrir... todos gostamos  de sorrir juntos. Chorar... sozinhos. Entre um e outro  grande distância. Um caminha  entre pedras. O outro,  um coral  de algodão doce. Quisera manter  um e outro,  dosá-los. Não consegui. As badaladas  do tempo  misturaram tudo a ponto  de não saber  separar. Quem sabe  acorde um dia  em que as moscas  desistam  do meu nariz. Então  contarei  alegrias vazias  lágrimas profundas. Neste dia experimentarei  sorrisos com lágrimas  chorando alegres lembranças.  São os mesmos! Sorrindo muito choro; chorando muito,  sorrio.

APOSTA

  Vamos fazer uma aposta? Eu desisto de tudo! Você, segue teu caminho. Quem ganhará  ao final? Você que seguiu  o roteiro definido  e seguro? Ou eu,  que fui largando  partes de mim feito Mário de Andrade? Quem ficará  olhando a cidade  do alto  do Morro do Jaraguá  para ver  onde as perdeu ? Corre o risco de perder o bonde? Pois é... Não há segurança na vida. Tudo assombra! Tudo muda! Não há régua,  caminho certo. O coração  Não dá cordas, bate independente. E então? Vamos fazer  mesmo  a aposta?

ORDEM UNIDA

  Só sabem matar. Sua linguagem  o ódio.  Com admirar  o beija flor  sugando o néctar  do hibisco? Como controlar  as crianças  que correm livres  pelas praças?  Ordens unidas  ferem a criatividade. Marchas  murcham  cirandas. Poemas  não são hinos,  não trazem certezas,  mas descobertas  lágrimas  dúvidas,  profundidade. Os músculos  dependem  do coração. Pedem para andar juntos. Caminhe por si,  examinando-se e ao entorno. Descubra o novo  por trás do comum. A vida é melódica!

ANDANDO NA PAULISTA

Eu na multidão mãos dadas olhando tudo . Não falta muito para ser feliz. As calçadas largas deixam espaço para todos. Sigo observando os arranha céus, babéis contemporâneas. Decubro-me formiga, sempre ocupada. As nuvens escondem-se nas alturas dos edifícios São Paulo não para nunca, e eu nele.