APARATO COMPLEXO


APARATO COMPLEXO


Minha língua namora 


sereias que se exibem 


nas rochas.


Cantam as profundezas 


inexploradas,


Convidam a uma 


morte doce.


Os olhos rastreiam 


anjos no infinito, 


descrêem da realidade.


Sonham como cegos 


diante de manjares, 


indiferentes.


Os ouvidos 


peneram peixinhos


vermelhos,


escapam por 


palavras estranhas,


preferem outras histórias.

 


Os pés carimbam 


areias úmidas 


formalizam o caminho,


preferem a seguranca.


A boca balbucia baixo 


quase muda


longe das posições, 


envergonhada do 


silêncio.


 


As mãos exploram 


livres da razão, 


tateiam hostis 


todos os tipos 


de formas.


Descobrem -se 


independentes,


revoltam-se.


Difícil combinação, 


complexo aparato 


multiforme


pleno de mistérios.


 


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