Pular para o conteúdo principal

FORTUITO

 


Sou pequeno...

tenho apenas 

duas mãos...

mal comportam 

meu sofrimento.


Diante do mundo, 

o que penso 

é um grande nada

enigma disfarçado. 


Caminho silencioso, 

comentários raros, 

porque os pensamentos 

todos 

andam codificados 

em imensas redes, 

eu um peixinho 

a perpassar 

grandes amarras.


Quando houver tempo 

e a estrela da manhã distrair-se, 

irei até onde 

meus olhos alcançarem, 

só para conquistar 

teu sorriso. 


Ele é o mais importante.


Derruba as estruturas 

que me foram encaixadas.


Quando me virem sorrindo 

saibam que rompi 

meus reservatórios   

sou abundante.


Parto sempre,

incompleto,

desafio de mim.

volto pleno

de esperanças, 

acreditando.


Assim vou.

Comentários

Anônimo disse…
Acordar e despertar com um poema tão lindo, é referência de que o dia vai ser lindo! Gratidão.
"Acordar e despertar com um poema tão lindo, é referência de que o dia vai ser lindo"🌹 Gratidão.
Anônimo disse…
Que belo, amigo. Grandd abraço.
jfabiobarbosa disse…
Parabéns João. Sobretudo pela coragem e sensibilidade de colocar em versos seu "sentimento do mundo". Demorei pra ler (só o fiz hoje), mas gostei. Grande abraço! 🚩
Regina Flávia disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Regina Flávia disse…
Nessa hora da madrugada certos pensamentos sombrios teimam em me angustiar, mas seus versos me acalmam e não me sinto só.

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...