INCOMPLETOS

 


Nunca chego ao ponto

encerro antes

desenterro depois.


Os dias passam

aguardam superações

nunca terminam


Encaro o escrito

como a um morto

a ser revivido.


Está lá, 

esperando perfeição

ajuste do texto

quase pronto

antes da forma final.


Pouco se cria

poucas obras primas.


Se continuo 

arrependo-me,

sobra tão pouco.


Se fosse 

mais sintético 

pouparia palavras

para não ferir

o senso crítico.


Questiono 

o que escrevo,

insatisfeito.


Compreendo 

o silêncio

do leitor

seu respeito

ansiedade frustrada,

envergonho-me

pela imperfeição

contínua .


Pouco se cria

poucas obras primas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

PLEBISCITO POPULAR

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal