Estou à busca
de um sonho
deixado
para trás
em algum
lugar,
momento
do caminho.
Eram tempos difíceis
trabalhava-se muito,
ganhava-se pouco.
O vento frio
de inverno
soprava a face,
encantava.
Sonho desperto,
diuturno,
acompanhado
de imagens:
fábricas,
casas,
escolas,
na janela
do trem.
Mundo imenso
distraindo
a infinita
impotência
anônima.
Os dias eram lentos
as pessoas
não se falavam.
Ficou ali,
em algum
balcão de bar,
fugidio
de si mesmo.
Ficou ali
Junto a um copo
vazio
palavras soltas.
Foi embora
para não
mais voltar.
Velho sonho
inacessível,
atravessa
séculos,
milênios,
enfermo crônico,
vai e volta.
Não sente mais
o que ardia
por dentro,
não sabe
de mais nada.
Não sonha mais.
Perdeu o sonho.
O tempo
e o poder
venceram
Os dias são lentos
as pessoas
não se falam.
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