Um dia ela não despertou.
Sempre acordara às 07H00 com seu habitual espreguiçar, mas logo levantando-se.
Não tinha o hábito de permanecer na cama.
Era um dia comum, quando tudo segue o seu rumo natural.
Havia um café para preparar, uma mesa para arrumar, um beijo de bom dia para dar.
Neste dia, o café ficou por fazer, a mesa por arrumar, o beijo por dar.
Ficou um hábito.
Sentiram a ausência do café, da mesa arrumada...
O beijo era mais um dos costumes, de forma que também sentiram falta.
Não importava tanto se a manhã viria cinzenta ou com Sol brilhante, se as pessoas sairíam à rua cruzando umas com as outras.
Pouco importava o que ela diria de si mesma, de como se sentia naquela manhã.
Se as dores que a incomodavam lhe permitira dormir bem, ou revirara-se na cama noite a dentro até dormir pesado.
Não!
Importava saber porque a mesa continuava desarrumada, porque o café não tinha sido feito...porque não beijara.
O beijo talvez fosse o elo perdido entre a tradição e o novo.
Mas sentiam falta daquele beijo de sempre, grudado ao café e à mesa.
O beijo que poderia romper com tudo, e transformar.
Ela não acordou, permanecera fiel a tudo, mas não acordou.
Ainda assim, não gostaram dela continuar a dormir.
Agora outra terá de fazer o café, arrumar a mesa e dar um beijo de bom dia.
Dormir foi seu maior ato, sua revolta sonolenta.
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