Já tive
muitos olhos...
Vendo,
olhos
de hoje,
dor horrível,
venho parindo
verdades
sempre
novas,
percebendo
cegueiras.
Vários ouvidos...
desatentos
desinteressados,
soberbos
voltados
aos apitos
dos trens
casa
trabalho,
trabalho
casa.
Nada mais.
Inúmeras
consciências,
construindo
desconstruindo
teorias.
Lutando
percebendo
o desperdicio
no viver
buscando
o sentido
em tudo
sua relevância,
o sofrimento
humano.
Como busco!
Passos...
Muitos passos.
Caminhadas
inóspitas,
improdutivas
no arrastar
os pés
nas multidões,
várias
direções,
procurando
perdendo
reencontrando
Pés
cansados
medem
onde vão,
se vale
a pena,
se vão.
O corpo é
um desafio
permanente.
Velho
vejo
serenamente
o possível
Ouço pouco.
Ainda
percorro
trajetos
irregulares
rumo...
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