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EM REFORMA

 


Descobri 

as palavras 

que escrevi, 

quando li.


Mas então, 

escrevi 

e não sabia? 


Vou-me 

escavando 

sem saber, 

tesouro 

perdido

encontro

de mim,  

nascente 

que flui 

desconhecida.


Surpreendo-me

com que 

descubro.

 

Pergunto, 

como pude?


Disfarces  

divertem -se 

em passear 

comigo.


Calo-me 

impedindo-lhes 

a saída, 

descubro 

um silêncio 

nobre 

de vigília 

interior, 

descartando 

uns e outros 

personagens. 


Palavras 

com poder 

de criar , 

fonte 

oculta, 

vida 

que atravessa 

a vida.

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Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

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