Ainda não nasci.
Continuo
no ventre
de minha mãe.
Ela morreu...
há muito tempo...
mas continuo
ainda lá
em seu ventre.
Ainda não dei
meu grito fetal,
está suspenso
pernas fechadas
gozos comedidos.
Ainda
não rompi
o lacre
o cordão
umbilical
intrauterino.
Ainda
não cheguei
ao mundo,
não chutei
dei sinal
de sair!
Permaneço
num repouso
eterno
sem saber
o que é viver
em mim.
Ainda não terminei
de ser fecundado
nas noites,
cobertas
escondidas.
Ainda
não tomei café
experimentei
amargo.
Ainda não me
escolheram
um nome.
Ainda não sou eu.
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