Final de ano é assim mesmo, período de encontros, malgrado a difícil situação em que se encontra o nosso país. Nosso grupo é de 1970, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. A reunião deu-se no salão de festas do prédio do Guru, como era chamado o Mario. Naquele tempo reabrimos o CEUPES, Centro Acadêmico das Ciências Sociais. Tempo de ditadura, falta de liberdades. Conversamos sobre os velhos e os novos tempos, jogamos bola, com uma contusão no joelho Carlos Roberto Jordon. Eromar deve lançar um novo livro em março. Parece que chama-se O Língua, uma reflexão do Brasil no início de sua colonização, e a consequencia para os índios. Assim passamos a tarde. Franguinho na panela. Um domingo de paz e reencontro.
Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles. Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais. O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...
Comentários
Postar um comentário