Estamos vivendo tempos de profunda intolerância política, racial, social e de gênero. "Purismo"religioso, radicalismo de direita crescente, liberalismo econômico, tendências autoritárias manifestas, tudo se soma num amálgama que não se sustenta. Não resolve, e não deixa prosperar outra forma. Tudo aponta para a formação incipiente de fascismo, que ainda levará algu a anos até conformar-se ideologicamente. Por enquanto, toma emprestado o neoliberalismo e o fundamentalismo religioso até exercer dominância em alguma nação, para daí se irradiar pelo mundo. Porque a crise não passa, e as instituições não respondem à questão social, e a democracia vai se tornando um impeditivo destas tendências.
Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles. Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais. O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...
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