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Pedras e mãos

Ponho-me impotente
diante de sonhos esquecidos.

Nem ressoam tambores
Nem acendem esperança.

Estão vivos,
Mas permanecem
Aguardando
Uma chamada
Da História...que não chama.

Os dias passam
Assistindo
Horrorizados
Xingamentos
Misturados
A delações
Em verniz
Legal,
"Democrático".

Ah se eu chorasse
Mas não posso
Nem devo
Mostrar
Fraqueza
Neste
Instante,
Véspera
Da morte.

Um dia
Quem sabe
As praças
Voltam a ser
Praças.
E o sorriso
Seja
Novamente
Liberado
Do seu crime
De ser natural.

Enquanto isto
Mantenha-se
Atento!

Não provoque!
Esqueça.

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