Tenho
minha alegria
compartimentada.
Uma angústia segura
me acompanha.
O Sol queima
sobre minha
cabeça,
o dia
perde
seus disfarces,
a rigidez
apodera-se
de todos.
Reduzo
o humanismo
ao modo
de economia,
para ver
se sobrevivo
ao dia,
onde
o tempo
não pergunta,
mas acumula
fato sobre fato,
em inundação
de regras
e costumes.
Às vezes
o diabo
assalta
e jogo tudo
para o alto.
Ou seria um anjo?
De que lado estará Deus?
O dia corre sem resultados.
Corro junto para...nada.
Nada muda...
se muda,
não parece
mudar.
Queria um beijo,
um afago.
Queria uma transgressão,
uma loucura,
perdição.
Mas não...
Tudo segue o seu ritmo,
no leito
seco
da vida.
João Paulo Naves Fernandes
22/01/2020
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