NA ESTRADA

 


Sempre estive 

na estrada, 

sempre 

caminhando.


Encontrei de tudo 

por onde andei, 

chupei frutas, 

colhi ervas amargas. 


Estavam todas na estrada. 


De vez em quando 

olhava o céu 

e respirava, 

tão grande estrada, 

mais longa 

que meus pequenos 

sonhos.


Optei pela realidade, 

vi a fome

vi o abandono,

encontrei no amor 

algo diferente de tudo, 

ultrapassava. 


Experimentei a dor, 

e vi o quão só 

ela nos deixa.


Ainda caminho 

nesta estrada.


A subida 

contorna o fim.


Ela nunca acaba.


Acabo eu, 

mas a estrada 

continua, 

nua, 

cruel, 

mel...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

PLEBISCITO POPULAR

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal