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Cantareira registra pior entrada de água


iG Paulista - 20/12/2014 - 05h00 | 
Maria Teresa Costa | teresa@rac.com.br
Sistema Cantareira, ?efeito esponja?, o que é, como funciona, crise, abastecimento, água, Campinas
Foto: Luis Moura/AE
O sistema operou ontem com apenas 6,7% da capacidade
Há dez dias do final do ano, o volume de água que entrou no Sistema Cantareira já se configura como o menor da história dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo e a região de Campinas. Dezembro, tradicional mês de chuvas, acumulava até esta sexta-feira (19) o ingresso de apenas 7,89 metros cúbicos de água por segundo (m3/s) nas represas, valor 83,3% menor que a vazão média do mês registrada desde 1930.
 
Nesses 84 anos, segundo a Sala de Situação da Agência Nacional de Águas (ANA), o dezembro mais crítico antes do início da crise hídrica no ano passado, havia ocorrido em 1953, quando o ingresso de água foi de 27,93 m3/s. No ano passado, o volume de água que chegou às represas foi em média 21,16 m3/s.
 
Nível baixo
 
Com chuvas bastante abaixo da média, o sistema operou ontem com apenas 6,7% da capacidade, utilizando exclusivamente a segunda cota do volume morto das barragens. Na média, chove em dezembro na região dos reservatórios 220,9 milímetros. Até ontem, no entanto, havia chovido o acumulado de 42,3 mm, apenas 19% do previsto para todo o mês.
 
O Verão, que começa oficialmente neste domingo (21), às 21h03, aumenta as chances de chuva e pode trazer de volta dos temporais, segundo o Climatempo. O Estado deve ter chuva forte e volumosa, com potencial para alagamentos e outros transtornos com a chega de uma nova frente fria no domingo.
 
Vazão limitada
 
A liberação de água do Sistema Cantareira nos rios Jaguari e Atibaia está limitada em dezembro a 3 m3/s, uma redução de 1 m3/s em relação a vazão autorizada em novembro. Os gestores do sistema, a Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), estabeleceram uma retirada máxima de 17 m3/s para abastecer a Grande São Paulo.Por determinação dos gestores, as retiradas de água dos reservatórios neste mês não poderão ser superior a 30 bilhões de litros e os eles terão que chegar em 31 de dezembro armazenando 50 bilhões de litros de água.
 
A ANA tem manifestado preocupação quanto ao planejamento da operação pela Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) que, em desacordo com o recomendado pela agência, utilizou previsões de vazões afluentes muito acima daquelas efetivamente verificadas em outubro e em novembro. O volume de água que entrou no sistema foi de76,6 milhões de m3 a menos do que foi planejado pela Sabesp.
 
Meta mínima
 
A agência insiste para a necessidade de que a operação do Cantareira tenha por base um volume meta mínimo a ser garantido em 30 de abril de 2015, que deverá ser, no mínimo, equivalente a 10% do volume útil original do sistema equivalente, de 97,39 milhões de m3, o que corresponde, aproximadamente ao observado na em 30 de abril de 2014, que era de 100,75 milhões de m3.
 
Para definir as vazões de dezembro, foi levado em consideração que a entrada de água nos reservatórios será, em média, de 8,8 m3/s, correspondente a 45% da minima média de 19,5 m3/s -que irá proiciar um volume de entrada de 23,6 milhões de m3.
 
Essa previsão de entrada de água nos reservatórios, segundo a agência, está de acordo com a realidade que está se verificando. Por isso, a agência reforça a necessidade de que a Sabesp utilize previsões conservadoras de vazões afluentes ao sistema, promovendo ajustes periódicos para tornar os valores previstos condizentes com as vazões afluentes efetivamente verificadas.
Pedido

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) voltou a pedir nesta sexta-feira aos gestores do Sistema Cantareira a liberação de mais 1 metro cúbico por segundo (m3/s) de água no Rio Atibaia, principal manancial de Campinas, responsável pelo abastecimento de 96% da população. O rio voltou a ter vazão baixa e chegou a 3,8 m3/s - a empresa captou 3,5 m3/s. O Cantareira estava liberando, até ontem, apenas 1,5 m3/s no Atibaia e 1 m3/s no Rio Jaguari
 
As nomas operativas definida pelos gestores do sistema para dezembro fixou uma vazão máxima das represas para as Bacias PCJ de 3 m3/s. Apesar da baixa vazão, a Sanasa informou que a água estava com boa qualidade.
 
Somando as captações nos rios Atibaia e Capivari, Campinas consumiu ontem 3,7 m3/s, um aumento de 0,2 m3/s em relação ao início da semana. O calor é o responsável por esse aumento, já previsto pela empresa de saneamento.
O pedido de mais água foi encaminhado à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado.

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