De hobby, microcarro nacional transforma-se em solução urbana


Nanico Car, nascido em oficina, ganha investimento e será produzido em série no Ceará. Preços partirão de R$ 15 mil, quase a metade de um Palio

Ricardo Meier | 24/7/2015 09:15
Nanico Car: receita brasileira de automóvel
O que nasceu mais como um hobby de um designer e customizador paulistano se transformou num negócio sério. O Nanico Car, um microcarro montado numa pequena oficina na Zona Sul de São Paulo pelo designer Caio Strumiello ganhará uma linha de montagem no Ceará.
O governo do estado anunciou que o projeto ganhará incentivos fiscais para ser produzido na cidade de São Gonçalo do Amarante, a 65 km de Fortaleza. Strumiello passou a contar com o investimento de Paulo Roberto da Conceição, que investirá R$ 8 milhões numa fábrica para os dois modelos criados por ele. A expectativa é produzir cerca de 500 veículos por mês.
A ideia é vender o carro urbano por preços entre R$ 15 mil e R$ 21 mil, bem mais em conta que o Palio Fire, hoje o modelo mais barato do mercado e que custa cerca de R$ 28 mil.
Motor de scooter
Estrela até do programa do Faustão, da Rede Globo, o Nanico surgiu artesanalmente e já teve 15 unidades fabricadas em São Paulo. São duas versões, uma com apenas 1,90 metros de comprimento, e outras menor ainda, cujas rodas quase se tocam praticamente metade do tamanho de um carro compacto.
Reprodução
Nanico Car
5 / 9

O modelo é feita de fibra, pesa menos de 300 kg (um Celta tem cerca de três vezes esse peso), e usa um motor de 125 cc derivado de um scooter. A grande sacada do Nanico é prometer agora uma versão elétrica.
Graças ao novo sócio, o veículo passará a ser vendido também com um motor elétrico de 7,5 kW e baterias recicláveis importadas da China. A autonomia é estimada em 80 km e a velocidade média, em 60 km/h.
A empresa, recém constituída, diz ter 100 encomendas do microcarro, mas não há informações sobre quando o modelo terá sua produção iniciada.
Apesar do otimismo que cerca o projeto, questões como segurança dos ocupantes e mesmo o enquadramento do veículo suscitam dúvidas. Apesar das quatro rodas, o Nanico não deve ser considerado um automóvel, caso contrário seria obrigado a ter airbags frontais e freios com sistema ABS.
A escolha do Ceará como local de produção coincide com uma das ultimas iniciativas bem-sucedidas de produção de um veículo de projeto nacional. É na cidade de Horizonte que surgiu o jipe Troller, hoje uma marca ligada à Ford. Resta saber se a carreira do novo carro nacional será longa ou ‘nanica’, como seu tamanho.

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