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Auto imagem na intimidade

Não faço uma auto avaliação positiva. Sou muito crítico, e não poucas vezes discordo de mim mesmo, tardiamente. O pior é quando me dou conta de ter sido soberbo. Insensível é quase trivial. E o mau humor! Espiritual, uma batalha quase perdida. Esquecido e ausente, me faz passar muitas vergonhas.  Vivo de teimoso, e caminho às vezes desgostoso, outras, sem sal. Só as madrugadas me redimem desta fraca carne, quando me ponho em silencio de tudo e todos, independente de mim, Ele vem com sua graça, como quê desconsiderando esta imensa sujeira. Termino incompreensivelmente lavado. E durmo. Se subo degraus, ou estou estacionado, bem, a impressão que tenho é de uma luta pessoal intensa que pende ora aqui, ora ali. Por isto não tenho pretensões outras. Conheço minha indignidade. Faço desta humanidade incompleta uma defesa decidida. Precisamos nos afastar dos perfeitos, dos líderes que querem  substituir nossos pensamentos. Admito que choro pelos doentes, pelos presos, pelas mães aflitas, independentemente de suas posses. Sou um ninguém que grita alto, um pó assentado ao lado da estrada. Nesta vida não se encontrará a libertação total. Esta a minha consciência

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Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod