Não faço uma auto avaliação positiva.
Sou muito crítico, e não poucas vezes discordo de mim mesmo, tardiamente.
O pior é quando me dou conta de ter sido soberbo.
Insensível é quase trivial.
E o mau humor!
Espiritual, uma batalha quase perdida.
Esquecido e ausente, me faz passar muitas vergonhas.
Vivo de teimoso, e caminho às vezes desgostoso, outras, sem sal.
Só as madrugadas me redimem desta fraca carne, quando me ponho em silencio de tudo e todos, independente de mim,
Ele vem com sua graça, como quê desconsiderando esta imensa sujeira.
Termino incompreensivelmente lavado.
E durmo.
Se subo degraus, ou estou estacionado, bem, a impressão que tenho é de uma luta pessoal intensa que pende ora aqui, ora ali.
Por isto não tenho pretensões outras.
Conheço minha indignidade.
Faço desta humanidade incompleta uma defesa decidida. Precisamos nos afastar dos perfeitos, dos líderes que querem substituir nossos pensamentos.
Admito que choro pelos doentes, pelos presos, pelas mães aflitas, independentemente de suas posses.
Sou um ninguém que grita alto, um pó assentado ao lado da estrada.
Nesta vida não se encontrará a libertação total.
Esta a minha consciência
Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga
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