Pular para o conteúdo principal

Então vamos festejar o Natal

Está se aproximando mais uma vez o Natal. 

É um tempo que traz um componente de tristeza e alegria mesclados. 

Algo que nem se alegra totalmente, embora alegre: nem se entristece completamente, ainda que percebamos a permanência de algo triste. 

Conhecedores de Cristo Jesus, ao olharmos sua encarnação, vemos o quanto Deus nos amou e ama, a ponto de enviar seu filho amado, que subiu à cruz quebrando todos os paradigmas aceitáveis para um Deus. 
Sua fragilidade sendo sua força. 

Assim ele se soma a nós, na identidade da fragilidade e pequenez, diante de um mundo dos fortes e dos poderosos. 

De outra parte, olhando no relógio do tempo, lembro meus pais festejando comigo, meu irmão, meus tios, primos e primas. 

Todos já se foram. 

E recordo como a alegria era grande, e, hoje, esta ausência.. 

O Natal é uma resistência anual, uma chamado à esperança na alegria. 

Como festejar assistindo a tantas dificuldades e sofrimentos. 

Um desdém generalizado pelos pequenos, um cada um para si, e o deus do Bolsonaro para todos, lá em cima, bem longe de nós...

Confesso um aperto no coração, uma angústia que comprime, por não ver solução. 

Tenho vontade íntima de chorar baixinho. 

Mas faço a festa, por meus netos, que se alegram com os presentinhos, e com esse mundo encantado de luzes e músicas natalinas. 

Também meus pais tiveram essa conclusão provavelmente, e também continuaram. 

Vamos festejar então.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

Profeta Raul Seixas critica a sociedade do supérfluo

Dia 21/08/2011 fez 22 anos que perdemos este incrível músico, profeta de um tempo, com críticas profundas à sociedade de seu tempo e que mantém grande atualidade em suas análises da superficialidade do Homem que se perde do principal e se atém ao desnecessário. A música abaixo não é uma antecipação do Rap? Ouro de Tolo (1973) Eu devia estar contente Porque eu tenho um emprego Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeirosPor mês... Eu devia agradecer ao Senhor Por ter tido sucesso Na vida como artista Eu devia estar feliz Porque consegui comprar Um Corcel 73... Eu devia estar alegre E satisfeito Por morar em Ipanema Depois de ter passado Fome por dois anos Aqui na Cidade Maravilhosa... Ah!Eu devia estar sorrindo E orgulhoso Por ter finalmente vencido na vida Mas eu acho isso uma grande piada E um tanto quanto perigosa... Eu devia estar contente Por ter conseguido Tudo o que eu quis Mas confesso abestalhado Que eu estou decepcionado... Porque ...

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal

Foi em uma conversa sobre a qualidade dos poemas, quais aqueles que se tornam mais significativos em nossa vida , diferentemente de outros que não sensibilizam tanto, nem atingem a universalidade, que Betty Vidigal foi buscar, de outros tempos este poema, "Escondido no Bolso do Vestido", que agora apresento ao leitor do Pó das Estradas, para o seu deleite. O que escondo no bolso do vestido  não é para ser visto por qualquer  um que ambicione compreender  ou que às vezes cobice esta mulher.  O que guardo no bolso do vestido  e que escondo assim, ciumentamente,  é como um terço de vidro  de contas incandescentes  que se toca com as pontas dos dedos  nos momentos de perigo,  para afastar o medo;  é como um rosário antigo  que um fiel fecha na palma da mão  para fazer fugir a tentação  quando um terremoto lhe ameaça a fé:  Jesus, Maria, José,  que meu micro-vestido esvoaçante  não v...