ATÉ BREVE

 

(em memória aos que, 

de fato, não foram)


Certas ausências 

nunca morrem, 

ficam nos interpelando 

os dias que se vão,  

como se continuassem. 


Certas ausências 

são mais que presenças,  

dão opiniões,  

sorriem de nossos erros, 

compreendem.


Nos dias quentes 

de verão, 

às vezes, 

nos despedem 

em suas ausências, 

e retornam 

vagarosamente,

até a primavera, 

quando parecem 

estar ao nosso lado


Quando vemos, 

o tempo 

esgotou-se, 

a lembrança 

é quase um reencontro. 


Nunca digo adeus 

a quem foi, 

mas um até breve.

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