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MARÉS

   Não percebo mudanças  um dia após outro.  A consciência ignora  seu progresso inconsciente. Me vejo  muitas vezes estático, repetitivo. As noites lançam  estas luzes ocultas  dos escuros dias. Talvez alguns anos  mostrem diferenças... Seguimos no lusco-fusco,  meio às apalpadelas  de quem somos,  onde estamos,  o que queremos,  para onde vamos... Do passado distante  até me esqueço,  e surpreendo-me  quando citam algo que fiz.  Consinto assim  fingido de mim. Meu ser passeia no tempo  como as marés... vai e volta,  vai e volta...
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DESMEDIDOS

  Meu amor,  as confidências  que trocamos  nas margens diárias,  perdoam os oceanos  de suas atrações lunares. Somos da substância  dos faunos e das ninfas, entremeados de sabedoria.  Sabemos nos perder,  sabemos também  nos encontrar. Nossa medida é desmedida

SEM ENREDO

  Estou sem enredo,  vou como vou,  onde o vento assoprar. Procuro às noites,  comprar alguma passagem  para lugares inusitados,  antes que o Sol  aponte no horizonte. Minha caneta pensa antes de mim. Permite apenas  que reflita  meu desconhecimento,  meu mistério particular.

PULSAÇÕES

   Não vivo só de versos,  sou diverso. Não vivo só de encanto,  vou ao campo. Não vivo de só de sonho,  componho.   Meus pedaços  são pulsações  que chegam a ações. Do coração aos corações,  de mãos às mãos. A palavra luta para ter vida,  toca interiores,  convida. Palavras suaves e duras,  arrancam carrancas  das molduras,  abrem expressões francas. Descansa seu tocar singelo,  elo do sentir e agir.

DORMÊNCIA

   Tua dormência  acende muitas luzes,  caminhos trilhados,  fugidios. Tua dormência  é uma catedral  aguardando   badaladas de sinos.  Observo a noite escura  como um grande  exercício estoico,  acalmando abrasamentos,  memórias mortas  revividas. Não sabes a dimensão  de minhas batalha  enquanto não rompo os portões deste castelo? Sequer imaginas  as danças ocultas  que despertas.  Teu lânguido deitar  mais desperta  que adormece.

IMOLAR-SE

  Minhas lágrimas estão sempre enxutas,  meus soluços são silenciosos. É necessária grande atenção,  de antemão,  para perceber este córrego  oculto pelo tempo. Comprender a dor milenar,  genética,  da humanidade.  Continua a ser reproduzida  em sua imbecilidade.  É necessária a força da insuficiência,  como consciência da desproporcionalidade. Correr contra a vontade do tempo,  imolar o amor

SUPERFICIALIDADE

 . Lembre-se dos ventos,  das tempestades,  as calmarias. Lembre-se da solidão,  das grandes festas vazias. Lembre-se da proximidade do chão,  e das inalcansáveis alturas. Lembre-se que amanhã é outro dia,  e tudo também se esvazia... Guarde-se esquecido,  na sinceridade de si mesmo. Exponha teu neutro ser,  ao universo de opiniões.  Que o principal conviva com a paz,  já é suficiente.