Não percebo mudanças um dia após outro. A consciência ignora seu progresso inconsciente. Me vejo muitas vezes estático, repetitivo. As noites lançam estas luzes ocultas dos escuros dias. Talvez alguns anos mostrem diferenças... Seguimos no lusco-fusco, meio às apalpadelas de quem somos, onde estamos, o que queremos, para onde vamos... Do passado distante até me esqueço, e surpreendo-me quando citam algo que fiz. Consinto assim fingido de mim. Meu ser passeia no tempo como as marés... vai e volta, vai e volta...
Meu amor, as confidências que trocamos nas margens diárias, perdoam os oceanos de suas atrações lunares. Somos da substância dos faunos e das ninfas, entremeados de sabedoria. Sabemos nos perder, sabemos também nos encontrar. Nossa medida é desmedida